5 Previsões e 1 conselho para 2020

Por Marcelo Lourenço, fundador e director Criativo da Coming Soon

Os estudos apontam que as grandes tendências para 2020 serão:

1)     Empatia Emotiva Circular – Todas as grandes marcas estão a apostar em histórias que acontecem em círculos, não numa linha contínua. “This is America” do actor e rapper Childish Gambino, Grand Prix de Entretenimento em Cannes e um formato que dá voltas e voltas ao redor do mesmo conceito é um óptimo exemplo;

2)     Hatefull – Logic Data – Os dados gerados e guiados pelo lado esquerdo do cérebro são a grande aposta dos maiores “think thanks” da criatividade mundial. As respostas raivosas nas redes sociais depois da campanha da Nike “Dream Crazy” que aumentaram em 1008% as vendas da marca no ano passado são a prova disso;

3)     Robotic Artificial Emotions – Depois da inteligência artificial, o Vale do Silício está a investir todas as suas fichas no gerador virtual de emoções capaz de sentimentos e de conectar-se de uma maneira verdadeira com o consumidor. Não é por acaso que o site “Hart to Hart” – capaz de encontrar a sua soul mate, não através da leitura de dados mas, sim, das suas emoções, se tornou na start-up mais valiosa da Bolsa de Nova Iorque;

4)     Micro-waves TV – Isso mesmo: a Apple já está a lançar a AppleWave, o aparelho de micro-ondas ligado à internet, capaz de conectá-lo às redes sociais no prime time da raça humana: a hora do jantar. Um anúncio em formato de bumper na AppleWave já custa a bagatela de 1.200€ por segundo;

5)     Marcas Logoless – O futuro das marcas aponta para o fim dos logotipos, com o próprio produto a transformar-se num manifesto holístico da marca. Já no final de 2021, a Levi’s e a Amazon prometem abolir completamente os logos dos seus produtos – online e na vida real.

Essas são as grandes previsões para 2020.

Só há um problema: tudo o que você leu no texto acima é mentira.

Eu misturei algumas palavras caras (“data”, “digital” e “robotic”), usei exemplos concretos para justificar esta enorme lista de baboseiras e o amigo leitor, provavelmente, já estava a alinhar, preocupado, a pensar “como é que eu nunca ouvi falar disso tudo?”.

A grande Marian Salzman, responsável pelos Prosumer Reports do Grupo Havas, já dizia em 2016 que estávamos todos a viver “The golden age of BS” ou, numa tradução livre, “A era de ouro da banha da cobra”.

E para quem perdeu o seu tempo e leu este texto até aqui, fica ao menos um conselho sincero e verdadeiro: esqueça as previsões e as “tendências” e concentre-se nas coisas que realmente importam – ouvir o cliente, tratar o consumidor com dignidade e criar campanhas relevantes e originais.

Essas são as coisas que vão fazer sucesso em 2020.

Mesmo porque nunca saíram de moda.

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