3 segredos por detrás das novidades do Facebook & Instagram

Por Maxwel Quintão, Social Media manager, creative & strategist na By

Durante a conferência do Facebook, a F8, Mark Zuckerberg fez vários anúncios sobre as redes sociais do grupo. Daquilo que foi dito, destaco três aspectos de elevada importância:

1 – Facebook terá funcionalidade de encontros românticos com funcionalidade de match entre utilizadores.

Mais um passo na estratégia de dominação de tudo o que é canal de Social Media por parte do Facebook. Tudo começou com a compra do Instagram (a rede que mais tem crescido nos últimos anos) e do WhatsApp (rede social dominada por mensagens privadas e na qual falamos de tudo sem filtros). Depois vieram as Instagram Stories, que declaram a morte do Snapchat. A IGTV que ambiciona ser uma alternativa ao YouTube. E a conquista continua, a próxima guerra é com o Tinder. Lembrem-se também dos dados que serão recolhidos a partir desta nova funcionalidade. Construção de um perfil amoroso das pessoas: orientação sexual, atributos físicos e psicológicos que atraem num parceiro, interacções e mensagens românticas, envio de nudes… e muito mais;

2 – Instagram deixará de ter likes visíveis no perfil. Apenas quem publica o conteúdo terá acesso ao número de likes.

O Facebook alega estar preocupado com a saúde mental dos utilizadores e quer que as pessoas estejam focadas nos conteúdos e não na popularidade. A medida surge semanas depois do Reino Unido considerar “proibir” os menores de receberem likes nas redes sociais. Isto porque os likes geram um ciclo de recompensa que faz com que as pessoas passem mais tempo nas plataformas de Social Media, aumentando também o volume de dados recolhidos pelas empresas. Para além disso, é importante lembrar que mais de 80% dos utilizadores do Instagram tem idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos. Será coincidência? Ou a medida é uma forma da rede continuar a recolher dados sem intervenção estatal?;

3 – Compras no Instagram poderão ser feitas a partir do feed do utilizador e sem necessidade de sair da aplicação.

Já era permitido às marcas fazerem identificação dos produtos existentes nas fotografias que partilhavam, numa lógica de loja online. Esta funcionalidade foi agora estendida aos influenciadores. Para além disso, as pessoas poderão fazer compras a partir do feed: sem a necessidade de sair da aplicação. Com esta funcionalidade, o Instagram passa também a recolher informações sobre os comportamentos de compra dos utilizadores: que tipo de produtos compram, valor médio de compra, informações bancárias… Tudo isto contribui para a construção de um perfil cada vez mais detalhado das pessoas, ou como quem diz, potenciais consumidores.

Parece-me que a estratégia do Facebook pode ser resumida na seguinte frase: “dividir para conquistar”. Ou seja, cedemos diferentes dados às diferentes plataformas. No entanto, as plataformas pertencem a uma empresa-mãe que constrói diferentes perfis nas várias plataformas que possui. Quando cruzados, dão origem a um perfil detalhado e refinado de cada pessoa. E este tipo de dados é verdadeiramente precioso para marcas, empresas e sociedade.

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