3 mudanças para deixar de fazer dieta para sempre e criar hábitos consistentes
Por Isabel Pedroso Silva, nutricionista, formadora e criadora da Escola Ouve O Teu Corpo e do O Podcast Da Isabel
Deixar de lado dietas e regras alimentares é um belo primeiro passo para recuperar o equilíbrio com a forma como nos alimentamos. Mas, para encontrar e manter uma abordagem mais equilibrada, não chega apenas “parar as dietas”. Há que reformular os pensamentos sobre cada alimento e reformular o papel que a comida desempenha na nossa vida.
Deixa de ser um meio de controlo, combustível para o lado “perfeccionista” ou um gatilho do ciclo do tudo ou nada. A comida tem de ser um componente único e fácil no dia-a-dia, que permite que exista uma alimentação com alegria e sem stress.
A chamada “mentalidade de dieta” é, no fundo, o foco no curto prazo. Qual é a forma mais rápida de ver um resultado? Concentra-se em acções e pensamentos extremos e polarizadores, bem como regras alimentares rígidas. É uma mentalidade interminável, na medida em que há sempre outro detox, outro plano ou protocolo que parece melhor, mais atraente ou mais rígido. Chega a ser extenuante, levando ao esgotamento, stress e culpa alimentar.
Para sair desta mentalidade, há três passos que podemos fazer já hoje:
1. Concentrar em mudanças a longo prazo em vez de resultados a curto prazo
Quando fazes alguma dieta restritiva, na maioria dos casos é porque procuras atingir um objectivo específico num curto período de tempo. Por exemplo, “preciso de perder 10kg em três semanas” ou “como posso diminuir dois tamanhos até o final deste mês?”. No entanto, quando estiveres pronto para parar de fazer dietas, deves estar disposto a deixar de pensar em alcançar um resultado irreal num determinado período.
Quando fores capaz de olhar para as informações e conselhos nutricionais através dessa lente e te perguntares “será que isto irá apoiar o meu corpo, o meu estilo de vida e a visão que tenho para mim a longo prazo?”, é aí que vais poder percorrer um caminho muito mais intencional, saudável e duradouro.
2. Permitir a flexibilidade em vez de tentar comer de forma perfeita
Quando estás de dieta, recebes uma lista de regras rígidas que deves seguir. Esse mindset à volta de comer “perfeitamente” na verdade torna ainda mais difícil comer de forma saudável. É aqui que entramos, muitas vezes, na tal mentalidade de tudo ou nada.
Pode parecer contra-intuitivo, mas a melhor forma de criar mais consistência com o dia-a-dia alimentar é trazendo flexibilidade. Isso permite que aproveites todos os alimentos que gostas consciente e intencionalmente, ao invés de ser algo restritivo. Quando existe essa flexibilidade, a comida que antes te deixava fora de controlo (fome emocional ou compulsão alimentar), deixa de ter poder sobre ti. Podes escolher consciente e intencionalmente quando gostarias de comer certo alimento ou quando gostarias de comer outra coisa completamente diferente sem culpas nem medos.
3. Sintonizar com o teu próprio corpo ao invés de seguir regras alimentares
Algumas regras alimentares comuns envolvem a restrição de hidratos de carbono, de açúcar, a ingestão de refeições em horários específicos ou ignorar os sinais de fome do teu carbono. Mesmo quando decides parar de fazer dietas restritivas, estas velhas crenças e hábitos podem estar ainda bem presentes… E puxam-te para o “perdido por 100, perdido por 1000”. Inadvertidamente, voltas aos velhos hábitos, mesmo quando sabes que eles não são adequados para ti.
Soa-te familiar?
O nosso objectivo é remover esses velhos hábitos, quer sejam reformulando-os, adicionando novos pequenos hábitos ou mudando o ambiente. Queremos desenvolver uma compreensão do que funciona melhor para nós, como seres individuais que somos. Trabalhar com o corpo ao invés de trabalhar contra ele. Por consequência, tornar-se-á muito mais fácil fazer escolhas alimentares que nos apoiam, pois estamos confiantes no motivo pelo qual algo funciona ou não funciona para o nosso corpo, em vez de sentir que precisamos de seguir certas regras alimentares impostas por outra pessoa.
Afinal, o que funciona para mim, não irá funcionar para o vizinho do lado (mesmo que esse vizinho seja o meu gémeo!). Essa compreensão profunda do que funciona para nós, mantém-nos concentrados em acções a longo prazo e em fazer mudanças que realmente nos apoiam para a vida.
Não precisas de ficar com medo ou preocupado com certos alimentos. Existem outras formas e, sim, é possível cultivar uma relação positiva com a comida. É exactamente isso que abordo no meu programa de assinatura mensal +Que Nutrição. Uma mensalidade, sem fidelização, com aulas e especialistas convidados e mentorias comigo, como nutricionista. Em Setembro, voltamos a abrir vagas e poderás aceder aqui à lista de espera.