Zurich: Restaurar o planeta e combater as alterações climáticas
A esperança num futuro livre de emissões de carbono não deve ser perspectivada por um canudo. Está à vista. A conclusão é do Climate Change Scorecard 2022, desenvolvido anualmente pelo Zurich Insurance Group, que identifica 12 áreas de actuação relacionadas com as alterações climáticas, comparando-as com as áreas mapeadas no ano anterior e medindo o progresso alcançado, em cada uma delas, a nível político, tecnológico e social.
O scorecard sugere que a geração de energia baseada em fontes renováveis atingiu um recorde histórico em 2021, ao mesmo tempo que as emissões de carbono diminuíram. Já as vendas de veículos eléctricos continuam a registar um crescimento exponencial, ao passo que os subsídios aos combustíveis fósseis se vêem reduzidos. Segundo a Agência de Energia Internacional, se o crescimento das vendas de veículos eléctricos se mantiver como em 2020 e 2021, as emissões de carbono dos automóveis estarão alinhadas com o alcance da neutralidade carbónica em 2050.
Também o conflito Rússia-Ucrânia pode impulsionar, a longo prazo, o encalço das metas climáticas, com o eventual impacto positivo que a actual crise energética pode vir a representar – ainda que muitos países tenham sido forçados a recorrer ao carvão. O scorecard conclui, ainda, que o desenvolvimento de energias renováveis e de outras energias limpas, como o hidrogénio verde e azul, podem ser estratégias de segurança energética eficazes, por contribuírem para reduzir a necessidade de importar combustíveis fósseis.
RESTAURAR A BIODIVERSIDADE
O Acordo de Paris, celebrado em 2015, e a COP26 – 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas –, realizada em 2021, evidenciam a importância da criação de soluções baseadas na natureza no combate às alterações climáticas. O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas adianta que a restauração dos ecossistemas é uma das cinco principais acções com melhor relação custo-benefício que se pode empreender até 2030.
O relatório “Net positive: why biodiversity metrics make for more effective carbon markets”, publicado pelo Zurich Insurance Group este ano, reforça que a conservação e restauração dos ecossistemas naturais, terrestres e marinhos, contribui para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas. Como a natureza tem a capacidade de absorver e armazenar elevados stocks de carbono, a biodiversidade dos habitats – com a sua complexa fauna e flora – determina não só a resiliência dos ecossistemas, como também a capacidade do planeta se adaptar às alterações climáticas.
Segundo a plataforma de investigação científica Research Gate, a criação de soluções climáticas naturais – que protegem os ecossistemas, mas também a sociedade e a economia – pode reduzir em 37% as emissões de carbono necessárias para manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2 graus Celsius, até 2030.
É por estas razões que o Zurich Insurance Group está envolvido em soluções que preservam a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas. Um dos exemplos é a colaboração com o projecto da Reserva da Biodiversidade de Rimba Raya, localizada na Indonésia, que protege 640 quilómetros quadrados de floresta tropical, habitat crítico para os orangotangos, e que evita quase 130 milhões de toneladas de emissões de carbono. Para além de proteger um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo, a reserva direcciona as receitas dos projectos de carbono para programas que promovem a educação e o emprego das aldeias vizinhas.
Outro exemplo é o Zurich Forest, um projecto de cooperação entre o Zurich Insurance Group e o Instituto Terra, que contribui para a captura das emissões de carbono e o restauro da biodiversidade de plantas e animais. O objectivo é a plantação de 1 milhão de árvores em 700 hectares da Mata Atlântica, em Minas Gerais, no Brasil, até 2028. O projecto pretende recriar a floresta nativa, proteger o solo e manter as fontes de água. O resultado será uma floresta restaurada, auto-sustentável e diversificada com 120 espécies de árvores nativas da região.
RUMO À NEUTRALIDADE CARBÓNICA
A redução da pegada carbónica global passa pelo compromisso conjunto e a estreita colaboração de organizações, governos e ONG. O Zurich Insurance Group assume a missão de reduzir as emissões de carbono, com o objectivo de que as suas operações sejam livres de emissões de carbono até 2030.
Para isso, está a implementar algumas acções que passam pela redução em 70% das emissões associadas a viagens aéreas a partir de 2022, comparativamente com os níveis registados no período pré-pandemia, pelo compromisso em tornar a documentação partilhada com clientes totalmente digital até 2025 – hoje, representa 80% do consumo de papel do Zurich Insurance Group –, e pela aquisição de veículos eléctricos ou híbridos para eliminar da frota as viaturas com utilização exclusiva de motor de combustão interna.
Também está prevista a implementação de um programa de construção e renovação sustentável em mais de 50 escritórios em todo o mundo, que inclui o Edifício-Sede da Zurich em Portugal. Por fim, os edifícios do Zurich Insurance Group com cantinas e restaurantes passarão a servir refeições saudáveis, com alimentos de origem sazonal e regional, e a implementar programas de gestão de resíduos que evitem o desperdício alimentar. A adopção destas medidas prevê a redução das emissões de carbono em mais de 40 mil toneladas, por ano, até 2025 – o equivalente ao total absorvido por dois milhões de árvores anualmente.
As alterações climáticas são um dos maiores e mais complexos riscos da actualidade. Proteger o planeta e as gerações vindouras é uma missão de todos. Se o mundo se uniu para superar uma pandemia, também é possível combater o fenómeno global das alterações climáticas e proteger as comunidades da severidade dos fenómenos climáticos extremos que têm ocorrido em todo o mundo. A esperança num futuro mais sustentável, que preserve os ecossistemas e o planeta, é possível.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Novembro (n.º 316) da Marketeer.