YouTube prepara nova vaga de investimentos em conteúdos
Quase um ano depois de ter investido 100 milhões de dólares (mais de 78,6 milhões de euros) no seu ecossistema de vídeos online, com o intuito de criar mais de 100 novos “canais”, o YouTube anunciou novos investimentos em conteúdos, ainda que mais “comedidos”.
A plataforma de partilha de vídeos do universo Google vai avançar com uma segunda ronda de financiamento, desta feita a cerca de 30 a 40% dos seus parceiros iniciais, que começarão a ser notificados sobre esta aposta nas próximas semanas, noticia a Advertising Age. «O nosso maior objectivo era dar um “pontapé de arranque” ao ecossistema, trazer grandes criadores, aprofundar as nossas relações com anunciantes e crescer nas visualizações”, explicou Jamie Byrne, responsável global de Estratégia de Conteúdos.
Na primeira vaga de investimentos o YouTube financiou um vasto leque de produtores e conceitos que pareciam prometer, bem como uma série de figuras populares. Um ano depois a rede social tem uma melhor percepção do que funcionou, nomeadamente em relação a programas que cativam um público jovem em géneros como humor, música, desporto e automóveis.
Os conteúdos bem sucedidos partilham uma caracterísica comum: fazem da conquista de público uma prioridade tão importante como a criação de conteúdo. «[A presença] de figuras públicas não é suficiente» para conquistar o público, afirmou Courtney Holt, COO da Maker Studios. «Há que haver um compromisso com a plataforma, para compreender como se pode criar audiência», adianta a responsável, citada pela Advertising Age.
Os 25 principais canais do YouTube reúnem, em média, mais de um milhão de visualizações por semana. Já os 33 principais contam com mais de 100 mil subscritores, um indicador-chave da visualização repetida.
A nova ronda de investimentos terá em conta o sucesso de cada canal em questão. «Olhámos para a visualização que [os canais] conseguiram alcançar, o custo dos conteúdos, e a partir daí estamos aptos a determinar que canais estão a gerar um maior retorno face ao nosso investimento», garantiu Byrne.
O objectivo do YouTube com estes investimento é alterar a percepção da plataforma junto de criadores e anunciantes. Um dos desafios que tem pela frente é fazer com que os utilizadores visualizem vídeos por mais tempo, o que permite ao YouTube competir por budgets publicitários equiparáveis aos da televisão. Ainda assim, a rede social de partilha de vídeos parece estar no bom caminho, já que o tempo total gasto por utilizador no YouTube cresceu em quase 60% no último ano, de menos de três horas por mês em Setembro de 2011 para quatro horas no período homólogo deste ano, segundo dados da consultora Nielsen. Jamie Byrne reforça mesmo que o YouTube está a totalizar 4 mil milhões de horas de visualização por mês, que se comparam com os três mil milhões de há um ano.