A mudança não é apenas estética, mas sim uma reformulação estratégica profunda que pretende adaptar a gigante da publicidade à nova era da inteligência artificial, dados integrados e soluções simplificadas.
Mas o que isto significa para os marketeers?
Durante duas décadas, a proposta de valor da GroupM assentava no poder de negociação: unir orçamentos de agências como a Mindshare, Wavemaker e EssenceMediacom para garantir os melhores preços. No entanto, com a fragmentação dos inventários digitais, leilões automatizados e a ascensão dos algoritmos, essa vantagem perdeu força.
Internamente, reconhece-se que a GroupM passou a ser vista mais como uma estrutura pesada e processual do que como um parceiro ágil e orientado por dados. A mudança de nome não é apenas simbólica — é uma resposta à necessidade de reinvenção cultural, organizacional e tecnológica, como explica o site “Best Media Info”.
Com a reestruturação, a WPP elimina hierarquias antigas: os cargos de CEO global das redes individuais vão desaparecer e todas as agências passam a reportar a um único P&L. O foco passa agora a estar na formação de equipas em ferramentas de IA em vez de competências isoladas.
A mudança de nome camufla ainda um objetivo ambicioso: transformar a operação de media da WPP numa plataforma de tecnologia. Essencialmente, a WPP Media quer posicionar-se como “o cérebro dos media” da holding, operando de forma integrada com as áreas de criatividade, comércio e experiência do consumidor, sugerindo ações em tempo real baseadas em inputs de múltiplas frentes.
A reestruturação da WPP Media responde à pressão crescente do mercado. A Publicis tem colhido frutos com a sua estratégia “Power of One” e margens operacionais entre os 18% e 20%. A Accenture Song combina criatividade e comércio com a força de consultoria. E a possível fusão da Omnicom com a Interpublic, avaliada em 13 mil milhões de dólares, poderá criar uma nova potência global com mais de 120 mil colaboradores, eclipsando a escala atual da WPP.
Por isso mesmo, os analistas preveem que o verdadeiro teste será se a nova estrutura de P&L único da WPP Media conseguirá gerar eficiências semelhantes e mostrar que a integração pode traduzir-se em desempenho superior — e não apenas em rebranding.
A nova identidade foi lançada em conjunto com a campanha global B2B “Transforming How We Create”, desenvolvida integralmente com o WPP Open, e promete “personalização em escala” para 75% dos maiores anunciantes do mundo.














