Web Summit: futuro de storytelling pode estar na realidade virtual
Jess Crombie, director of Creative Content da associação Save the Children, acredita que todas as histórias têm de ter um propósito e que é dessa forma que trabalham todos os projectos de comunicação que desenvolvem. Muitas vezes, o propósito não precisa de ser poético, pode ser simplesmente um pedido de ajuda monetária. O que importa, é que a mensagem ou objectivo final fiquem claros. Caso contrário, para quê contar uma história?
Presente num painel sobre “Storytelling with a Purpose”, no Web Summit, em Lisboa, a responsável apresentou um vídeo que exemplifica esta filosofia. “Most Shocking Second a Day Video”, lançado há dois anos e que entretanto já teve uma sequela, tinha como propósito alertar para a realidade das crianças sírias, apelar à mudança de mentalidades e gerar empatia.
Joe Wade, managing director da Don’t Panic London, a agência responsável pela campanha, explica que tentaram reconceptualizar o propósito e torná-lo interessante para quem está a ver. É por isso que optaram por apresentar uma menina que, no início, apresenta uma vida igual à de tantas outras crianças ocidentais, criando um ligação com o público. Só mais tarde, se percebe que vive na Síria e que se vê arrastada para um conflito que não é o dela.
No mesmo painel participou ainda a realizadora Avril Furness, que apresenta uma outra perspectiva relativamente ao tema de storytelling com um propósito. A profissional tem vindo a trabalhar com a realidade virtual para contar histórias, colocando o espectador no papel principal da acção.
Avril Furness acredita que este poderá ser o futuro do storytelling, já que ajuda a passar mensagens de uma forma mais interactiva e imersiva. No exemplo que apresentou à audiência, o espectador é convidado a calçar os sapatos de alguém que decidiu recorrer à eutanásia, fazendo com que não só entenda o propósito da história mas que também o sinta.
Texto de Filipa Almeida