Walk on my Shoes – O caminho para a inovação através de Design Thinking

Opinião | Filipa Dantas
Associate Marketing & Communication Consultant da Mind Source

Sente que já explorou todo o mercado da sua empresa e questiona-se como poderá penetrar novos mercados? Sente que a oferta de serviços/produtos da sua empresa se encontra estagnada e não sabe qual a direcção a tomar para trazer produtos/serviços inovadores? Então Design Thinking pode ser exactamente o twist que precisa para desbloquear o seu problema. O Design Thinking convida-o a sair detrás do software que prevê o que os consumidores querem com base nos seus padrões de consumo e a colocar-se no lugar do consumidor, a viver a experiência na pele do mesmo, “calçando os seus sapatos” para verdadeiramente compreender as suas necessidades.

Ao contrário do que muitos podem pensar, a inovação não advém de rasgos de criatividade confinados apenas a grandes génios. A inovação pode surgir de pequenas afinações em processos, produtos ou serviços existentes. Design Thinking é um método prático e criativo de resolução de uma problemática, focado nas necessidades dos utilizadores e na procura da solução criativa que melhor enderece estas necessidades. Este método aplica os fundamentos do design colocando o foco no consumidor. No passado, o design era visto como um add-on na fase final de desenvolvimento de um produto, sendo um passo desvalorizado neste processo e tendo apenas um papel na recta final de embelezamento do produto. Actualmente assume um papel estratégico de desenvolvimento de ideias que melhor respondem às necessidades e desejos do consumidor.

O ponto de partida é a pesquisa e observação para melhor desenhar e conceber produtos, serviços ou processos. Para compreender o utilizador, o Design Thinking utiliza uma abordagem antropológica – a pesquisa etnográfica, que consiste em estudar a fundo os hábitos do consumidor através de observação directa in loco para descobrir necessidades antes de eles próprios as identificarem. Após esta recolha de insights junto dos utilizadores, obtêm-se os dados necessários para pensar em soluções criativas para as necessidades identificadas. É importante que não se criem limites às ideias que condicionem a criatividade e a inovação, é nesta fase que se deve sonhar o impossível, quase como uma criança, sem preconceitos.

Uma equipa multidisciplinar composta por pessoas de diferentes ramos e indústrias (psicologia, antropologia, arquitectura, engenharia, design, etc.) vai trazer insights valiosos para chegar a soluções inovadoras, tirando partido dos diferentes backgrounds. Encontrada uma possível solução, materializa-se a ideia num protótipo que será testado e constantemente melhorado com base no feedback do utilizador final. Encontrada a solução vencedora, parte-se para a fase final de implementação, onde se executa a visão, desenhando uma estratégia de comunicação em conjunto com o marketing.

Qual a mais-valia de Design Thinking para as empresas?

A forma como consumimos bens e serviços está a mudar e a forma como as empresas desenham essas experiências tem de acompanhar esta mudança. Design Thinking vem mudar o paradigma da abordagem a um problema, apresenta uma nova forma de pensar a sua resolução, trazendo inovação centrada nas pessoas e não na tecnologia. A inovação será então o produto da intercepção de três esferas: as necessidades do consumidor, o que é economicamente sustentável e o que é tecnologicamente possível. Esta abordagem vai ajudá-lo a inovar na sua empresa em várias linhas: no desenho de um produto/serviço, na optimização de processos e até mesmo a abordar novos mercados que permaneciam por explorar. Os grandes líderes olham para a inovação como a principal fonte de diferenciação e vantagem competitiva – é a forma de nos continuarmos a reinventar diariamente que determina a nossa capacidade de nos diferenciarmos e permanecermos no mercado.

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