Vogue Portugal cede às críticas e retira capa
De quatro capas para apenas três. A edição de Julho/Agosto da Vogue Portugal foi reduzida a três capas possíveis depois de uma das imagens ter sido amplamente criticada aquém e além-fronteiras. Integrada num número dedicado à saúde mental, sob o mote “The Madness Issue”, a capa levou a publicação a ser acusada de tentar tornar o assunto glamoroso.
“Num assunto tão importante como a saúde mental, não podemos estar divididos”, afirma a Vogue Portugal na sua página de Instagram, adiantando que tomou a decisão de “retirar da próxima edição uma das quatro capas”. Segundo a revista, trata-se de uma foto que “retrata uma cena num hospital psiquiátrico” e também o restante editorial que estaria no interior sobre o tópico saúde mental será eliminado.
“A Vogue Portugal lamenta profundamente qualquer ofensa ou incómodo que este editorial possa ter causado. Após reflexão, compreendemos que o assunto da saúde mental requer uma abordagem mais ponderada. As nossas sinceras desculpas pelo sucedido”, indica ainda a publicação.
No dia em que as capas foram divulgadas, os comentários negativos não tardaram. “Esta capa não foi pensada da melhor forma. A saúde mental não é uma trend, não é um moodboard, não pode ser uma capa estilizada”, escreve uma seguidora da Vogue Portugal no Instagram, depois de afirmar que o tema é importante e que é de louvar a disponibilidade da publicação para falar sobre o assunto. “Este tipo de fotos não deveria estar a representar a conversa sobre saúde mental! Acho de muito mau gosto!”, comentou também a modelo internacional Sara Sampaio.
A Vogue Portugal tentou explicar a escolha da capa, que mostra um cenário de hospital onde a modelo está a ser cuidada pela sua mãe e avó, na vida real, fotografadas por Branislav Simoncik. “A nossa intenção é abrir o tópico da saúde mental e trazer para a mesa de discussão as instituições, a ciência e as pessoas que estão envolvidas com a saúde mental nos tempos que correm. O editorial que faz esta capa explora o contexto histórico da saúde mental e foi imaginado para reflextir histórias autênticas e da vida real, inspirado por uma pesquisa profunda de centenas de imagens de reportagem retiradas dos mais relevantes e famosos documentários que captaram este género de instituições”, justifica a publicação. No entanto, as explicações não terão sido suficientes. .