Vinhos crescem 8% em volume na restauração

O mercado dos vinhos em Portugal apresenta um crescimento de 8% em volume no designado canal on trade (restauração) e 4% no canal off trade (compras em lojas). Os dados foram apresentados esta manhã num encontro promovido pela Nielsen, que consegue estudar 62% do mercado (ficando de fora o consumo em feiras locais ou nacionais e grandes eventos como casamentos e baptizados).

No que diz respeito às embalagens, os formatos Garrafa (42,5%) e Bag in box (39,6%) continuam a ocupar as maiores fatias do mercado, crescendo ambas a 5% no último ano móvel.

O Barril ganha especial importância no consumo fora de casa (on trade), com um crescimento de 25% e uma quota de mercado que já atinge os 8%.

Embora todos os tipos de vinho apresentem crescimentos, são os Vinhos de Mesa nacionais os mais dinâmicos, crescendo 7% no total do mercado em Portugal. O crescimento do bag in box resulta essencialmente do dinamismo dos vinhos de mesa, que representam 85,3% deste tipo de embalagem.

Manuel Carvalho Martins, New Business Development manager da Nielsen, explica que «o Mercado de Vinhos em Portugal demonstra um dinamismo muito positivo, sendo hoje um mercado com produtos de muito boa qualidade. Os vinhos representam um cluster muito relevante na economia nacional, apresentando também um forte dinamismo nas exportações realizadas».

Preço do vinho

Verificou-se ainda que, neste período nos canais Hipers+Supers, 54% das vendas de Vinho de garrafa foram realizadas através de promoções, tendo este valor crescido 2 pontos percentuais face ao ano anterior e com aumentos em todas as regiões vitivinícolas.

Com níveis de promoção do Vinho acima da média dos Bens de Grande Consumo, Manuel Carvalho Martins, destaca a importância «de promoções de qualidade, que incentivem a inovação e proporcionem ao consumidor a capacidade de comprar produtos mais sofisticados, mais caros e em maior quantidade».

Também resultado da procura por produtos mais caros, verifica-se, nos Vinhos de Garrafa, um aumento de preços médios no total do mercado (de 4,25 para 4,34 euros). Este cenário é sustentado pelo aumento de preços no sector off trade (lojas), passando de 3,22 para 3,33 euros. Verifica-se no entanto uma ligeira descida de preços no on trade passando de 8,68 para 8,51 euros.

No que se refere às diferentes regiões vitivinícolas, também se verificam comportamentos distintos de acordo com os mercados. Na Restauração verificou-se uma maior procura de Vinhos em garrafa das regiões do Douro (crescimento de 24%), Minho (+10%) e Tejo (+48%). No mercado off trade as regiões que mais crescem são Lisboa (26%), Dão (14%) e Setúbal (18%).

Se no início do século XXI os supermercados representavam apenas 35% das vendas totais de vinhos em garrafa, hoje são já responsáveis por 52,2% do mercado. Em termos de importância segue-se-lhe os hipermercados, que escoam 21,6% do total (tinham 23,7% do negócio em 2001). Com 18% do mercado estão os restaurantes, snacks e cafés somados que em 2001 tinham agregados 33% dos produtos escoados.

O esforço promocional nos vinhos em garrafa das regiões tem também sido intensificado com a liderança a pertencer ao Alentejo (que vendeu 64% dos produtos em promoção), seguido da Península de Setúbal (59%) e do Dão e Minho (ambos com 54%).

Importância das feiras de vinhos

Sendo esta uma altura determinante para o comportamento do Vinho, assistimos em 2017 às feiras de vinhos a ganharem importância neste mercado, apresentando um crescimento em valor de 8%. Neste período, as vendas de vinhos nas superfícies comerciais representaram 17% do total de vendas do ano em valor, um crescimento de 1 ponto percentual face ao período homólogo. No período de feiras de 2017, as regiões que apresentaram maior dinamismo em volume foram o Dão (+25%) e o Douro (+22%). Apesar de o Alentejo (-1%) apresentar um ligeiro decréscimo em quantidade, esta região cresce 8% em facturação.

«As feiras de Vinhos de 2017 confirmaram a boa performance do mercado de Vinhos, com vendas bastante superiores neste ano e crescimentos ainda maiores em facturação, comparativamente com 2016. Também o Verão deste ano foi muito positivo para os Vinhos, assim como para todo o sector de bebidas, com vendas acima de 2016», explica.

Para Manuel Carvalho Martins, «o crescimento deste mercado passa por continuar a criar a apetência ao vinho como produto nacional de grande qualidade e com uma boa relação qualidade-preço, ganhando consumidores a outras categorias. De facto, numa realidade em que os consumidores estão mais disponíveis para o consumo e para a experiência, a qualidade e a diferenciação são factores fundamentais para que o mercado do Vinho continue a apresentar tendências positivas».

 Saiba também como vai o mercado FMCG em Portugal, de acordo com dados revelados pela Nielsen.

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