Vendas online de bens tecnológicos atingem recorde na Europa

A crise sanitária veio mudar radicalmente o comportamento dos consumidores, que estão cada vez mais predispostos a fazer compras online. No que toca à aquisição de bens tecnológicos, na Europa ocidental, o e-commerce atingiu uma quota de mercado (em valor) de 39% em Março, um aumento de 10 pontos percentuais em relação a Fevereiro e um recorde absoluto nesta região, de acordo com a consultora GfK.

De acordo com as conclusões da GfK, divulgadas na Conferência Web da consultora, 83% dos consumidores mudaram o seu comportamento de consumo por causa da Covid-19, e o aumento das vendas online é o reflexo disso mesmo. Em Portugal, as vendas online de bens tecnológicos chegaram a registar, nas últimas semanas, um peso de 36% (em valor), quando antes da pandemia esse valor estava abaixo dos 10%.

No que diz respeito às categorias de produtos, as vendas de grandes electrodomésticos tiveram, durante os três meses de confinamento (Março a Maio), uma “performance mais negativa” do que as vendas de pequenos electrodomésticos. De acordo com a consultora, esta última categoria manteve uma variação positiva porque foi impulsionada, entre Março e Abril, pelo aumento das vendas de máquinas de café (+32%) e equipamentos de tratamento de ar (+51%).

A categoria de electrónica de consumo foi também bastante penalizada pela situação, tendo registado uma quebra homóloga das vendas (em valor) de 17% em Março e 10% em Abril. As vendas de material de informática, pelo contrário, saíram beneficiadas na quarentena, com um crescimento acentuado (+75%) face ao período homólogo de 2019. “Esta categoria em específico é beneficiada, sobretudo, pelo teletrabalho e pela telescola”, sublinha a consultora.

Em termos globais, e pesar do aumento das vendas online, o mercado de bens tecnológicos na Europa ocidental registou uma quebra homóloga (em valor) de 1% no primeiro trimestre do ano, para quase 39 mil milhões de euros. Em termos de regiões geográficas, só a China registou uma quebra maior (-21%).

Em Portugal, o mercado foi menos prejudicado pelas regras sanitárias do que aconteceu nos Big 5 europeus (Espanha, Itália, França, Alemanha e Reino Unido). Deste lote, Portugal foi também o único país, a par do Reino Unido, que conseguiu recuperar as vendas de bens tecnológicos em Abril.

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