Venda de medicamentos nas farmácias a cair

O mês de Dezembro registou a maior quebra do ano de 2012 nas vendas de medicamentos nas farmácias, com um decréscimo de 48,3 milhões de euros (-18,0%) no valor das vendas, face ao homólogo. No final de 2012, verificou-se uma redução global de 343, 6 milhões euros (-11,2%).

No entanto, segundo dados da Associação Nacional de Farmácias (ANF), o mercado de genéricos, em volume, continua a crescer de forma sustentada, tendo registado, em Dezembro, seis milhões de embalagens e atingido uma quota de 26,6%, o que significa uma subida de 3,8 pontos percentuais face ao homólogo, reflectindo a entrada em vigor do novo regime de prescrição por DCI, no passado dia 1 de Junho de 2012.

A estimativa da despesa do SNS com medicamentos nas farmácias para Dezembro também regista uma quebra (-12,4%), prevendo a ANF que, no fecho do ano para o ano 2012, se registe uma poupança que cumprirá o objectivo fixado pelo Governo (-139,8 milhões de euros), para o qual as farmácias contribuíram pela redução da sua margem em valor e que ultrapassa o objectivo de 50 milhões definido pelo Estado. No total de 2011 e 2012, a redução da despesa pública com medicamentos dispensados nas farmácias será superior a 600 milhões de euros, sublinha a ANF em comunicado. “Esta redução sem precedentes em apenas dois anos está a ter efeitos devastadores no sector farmacêutico: em Dezembro de 2012, o número de farmácias com fornecimentos suspensos em pelo menos um grossista era de 1600, ou seja, mais de 55% do total das farmácias do país. Apenas no último trimestre de 2012, 313 farmácias viram os seus fornecimentos suspensos, praticamente o mesmo número de todo o ano de 2011.”

Ainda segundo a associação que representa o sector, em Dezembro de 2012, o montante global da dívida litigiosa das farmácias aos grossistas era superior a 290 milhões de euros a que se somam 40 milhões de euros de pagamentos em atraso, em fase pré-litigiosa.

“A dificuldade de abastecimento que os utentes sentem e o encerramento de farmácias é visível no país é apenas o primeiro o reflexo da degradação da rede de farmácias, colocando em causa o acesso dos doentes a medicamentos e serviços farmacêuticos de valor acrescentado, bem como o contributo económico deste sector para o país”, sublinha a ANF.

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