Vem aí um Sporting mais digital

O Sporting Clube de Portugal vai anunciar nos próximos dias o Digital Lab, um projecto no âmbito do processo de transformação digital do clube que visa dinamizar a relação com os adeptos.

Este laboratório de ideias irá juntar colaboradores das áreas criativas com elementos de IT, que trabalharão em conjunto para proporcionar soluções digitais que visem melhorar a experiência do consumidor neste universo.

Este projecto vem dar seguimento ao processo de digitalização do clube, iniciado em Setembro de 2018. Agora, vão começar a surgir diversas iniciativas, que materializam o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Estão a ser trabalhadas campanhas que privilegiam a tecnologia, como a realidade aumentada, com base na plataforma Spark AR. E, dentro de um mês, será lançado um microsite que permitirá ao sócio aderir a alguns serviços que facilitam a interacção com o clube, tais como aderir ao débito directo, regularizar quotas e renovar as Gameboxes. Mas há mais novidades em vista.

André Bernardo, administrador de Marketing e Comercial do Sporting Clube de Portugal, explica em que consiste a aposta no Digital Lab, detalhando o processo de transformação digital do clube, e desvenda ainda uma nova plataforma digital a ser anunciada em breve.

André Bernardo, administrador de Marketing e Comercial do Sporting Clube de Portugal

No âmbito do processo de transformação digital do Sporting CP, está prestes a ser lançado o Digital Lab. Em que consiste esse projecto?

O Digital Lab pretende ser um laboratório de ideias num espaço que promove a criatividade e, acima de tudo, as condições para um trabalho em equipa de todos os colaboradores da área digital. Neste espaço reúnem-se não só os responsáveis pelos canais digitais bem como a equipa de IT. Esta interacção é fundamental para discutir ideias que sejam exequíveis e implementá-las no menor período de tempo. Na minha opinião, é muito enriquecedor trabalhar num ambiente multidisciplinar. As ideias podem nascer de qualquer colaborador, independentemente da especialidade em que trabalha. Em termos de espaço, apostámos numa área clean, aberta, que tem um “cockpit” com vários ecrãs que monitorizam vários aspectos críticos da operação. Tem ainda um auditório para apresentações e reuniões de equipa.

Que resultados serão gerados com esta nova aposta?

Queremos melhorar a experiência do sócio/adepto com o clube, seja a nível funcional ou emocional. Pretendemos que o sócio tenha acesso a aplicações simples, intuitivas, rápidas e em linha com as melhores práticas de UX/UI (user experience/user interface). Pretendemos aumentar o engagement dos sócios e adeptos através de uma maior e mais rica produção de conteúdos e de dinâmicas que promovam a interação.

E a nível interno, terá impacto na organização?

Penso que marcará uma nova forma de trabalhar que rapidamente estenderemos a outros departamentos. Acredito  que uma equipa com diversidade de skills, dotada das ferramentas certas, vai gerar uma motivação extra que resultará num 1+1=3.

Qual é o grande objectivo por detrás do Digital Lab?

Pretendemos ter um Sporting a trabalhar de forma mais ágil, dinâmica, que procura incessantemente encontrar soluções e oportunidades. As transformações fazem-se de dentro para fora e a forma como nos organizamos e trabalhamos internamente reflecte-se na qualidade que proporcionamos ao universo Sporting.

O actual processo de digitalização do Sporting teve início em Setembro de 2018, após a tomada do presidente Frederico Varandas. Qual a sua evolução?

O primeiro passo que demos a nível estratégico foi o que costumo chamar de “Fix the Basics”, isto é, assegurar mínimos de performance, qualidade, equipamentos, construindo bases para depois conseguirmos crescer. O que temos feito não é mais do que cimentar os quatro pilares nos quais assenta a visão estratégica que acaba de ser publicada no documento “Regresso ao Futuro: pessoas, estrutura, suporte à decisão e interacção com o sócio.
Começámos pelas “pessoas”, reorganizámos alguns departamentos e incorporámos novos recursos com um perfil digital. A nível de estrutura, substituímos equipamentos fundamentais que estavam obsoletos, avançámos com um projecto de reconfiguração de rede e desenvolvemos alguns softwares internos. Esta fase gera alguma frustração, pois estamos a trabalhar em algo que ainda não é totalmente visível aos sócios, mas estamos cientes de que este é o único caminho para construir as bases para os passos seguintes que temos que dar.

Para além do Digital Lab, estão previstas mais novidades?

Estamos prestes a lançar o conceito “Alvalade em casa”: uma plataforma digital que permite aos nossos adeptos acompanhar o jogo ao segundo e ter acesso a várias estatísticas de jogo. No âmbito da nova realidade de jogos à porta fechada, pretendemos que todos possam acompanhar os jogos ao segundo e ter acesso a várias estatísticas do jogo.

Rafael Paiva Reis

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