Vamos medir o retorno à influência?

M.ª João Vieira Pinto

Directora de Redacção Marketeer

O tema não é novo. Eu sei, e desculpem! Mas para mim ganhou nova dimensão esta semana (em que escrevo este editorial). Já sabemos que os influenciadores – os grandes, os micro, os famosos e os que nem por isso – chegaram para continuar. E para ganhar: espaço, visibilidade, dinheiro. Alguns muito dinheiro mesmo, investido por marcas que até há uns anos aplicavam esse mesmo budget em meios como nós, os media impressos.

Independentemente de perceber que alguns nomes até podem fazer diferença e ajudar a construir outros níveis de notoriedade, sempre me questionei como é que em alguns casos se conseguia, de facto, medir o ROI. O dito Return on Investment que as mesmas marcas sempre quiseram saber – com vários quadros, folhas Excel, métodos e avaliações – quando investiam em outros meios.

Um estudo recente desenvolvido pela SocialChorus veio dizer que campanhas de marketing de influência podem resultar num engagement 16 vezes superior ao de uma qualquer publicidade paga e publicada em meios de comunicação. Sim, admito a eficácia quando um post de um rosto bonito com um baton vermelho nos lábios faz disparar vendas em lojas de cosmética, ou quando um corpo incrível ajuda a esgotar o stock de um modelo de calças. Eficácia directa, imediata.

E depois disso?

Por estes dias partilharam comigo o desenvolvimento – e até já funcionamento – não de um, mas de três métodos de análise do ROI dos influenciadores em Portugal. Fazia falta. Porque não há dúvida que continua a aumentar o investimento anual das marcas em influência, assim como é crescente a tendência do conteúdo branded. Se vai agradar a todos? Talvez não. Mas o que é certo é que o mercado, no seu todo, ficará mais transparente, ou mais claro, pelo menos.

Por tudo isto, também, é que a Marketeer entendeu repetir o tema da relevância dos influenciadores para as marcas na sua conferência anual. Porque, ainda há muito a dizer e… a perceber!

E, por aí, qual acha que é o retorno?

Editorial publicado na revista Marketeer n.º 278 de Setembro de 2019.

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