Vai fazer compras de natal na Shein ou na Temu? Tenha atenção aos truques que incitam às compras por impulso

Quem entra nas plataformas online da Shein ou Temu é, desde logo, confrontado com uma série de descontos e preços que são promovidos como sendo imperdíveis. Anúncios na caixa de e-mail, nas redes sociais, pop-up’s que lhe surgem a promover estas plataformas são uma constante e tudo faz parte de uma estratégia para o levar a comprar.

Em cada uma destas plataformas encontra um pouco de tudo: vestuário, calçado, bijuteria, gadgets que lhe parecem difíceis de encontrar em qualquer loja, mas lhe parecem extraordinariamente úteis ou apetecíveis pela sua originalidade.

O método na Temu – além dos muitos anúncios nas redes sociais – passa, em parte, pela apresentação de uma roda giratória pop-up que lhe oferece a oportunidade de ganhar cupões de descontos. Quando dá por si está a jogar e, consequentemente, a comprar para aproveitar aquele desconto que lhe surge como utilizável num período de tempo limitado ou, atente-se, está “quase esgotado”. A estratégia passa por levá-lo a ter uma sensação de urgência na compra, caso contrário perderá aquele desconto aparentemente único e imperdível.

O mesmo acontece com a Shein, agora sediada em Singapura, que utiliza alguns dos mesmos recursos de web design da Temu, como cupões pop-up e anúncios, para persuadir os consumidores a continuarem a comprar, ainda que a estratégia seja menos agressiva na abordagem.

No caso da Shein, o alvo são principalmente mulheres jovens e a promoção é muitas vezes feita por influencers nas redes sociais com quem a plataforma faz parcerias estratégicas. Ao pesquisar o nome da empresa em plataformas de vídeo ou redes sociais (como o TikTok), encontra rapidamente criadores de conteúdo a promover um evento de vendas da Black Friday da Shein enquanto exibe as dezenas de roupas e acessórios da moda que ganharam por pouco dinheiro.

Por sua vez, comparativamente com a Shein, o público-alvo da Temu atravessa faixas etárias e géneros. A plataforma é o segundo site de compras online mais visitado do mundo, de acordo com a empresa de software Similarweb em setembro.

É esta constante sensação de Black Friday e urgência para a compra que tem levado à aceleração do consumismo online.

Mesmo tendo em consideração que o conteúdo focado na Shein também inclui vídeos de TikTokers a assumirem que têm vergonha de terem comprado nesta plataforma e críticos a atacarem quem compra na Shein por causa dos danos ambientais ou potenciais abusos aos trabalhadores, este modelo de negócio mantém-se bastante rentável.

A empresa de software Salesforce estima que aproximadamente uma em cada cinco compras online nos EUA, Reino Unido, Austrália e Canadá sejam feitas por meio de quatro mercados online sediados ou fundados na Ásia: Shein, Temu, TikTok Shop e AliExpress. Em conjunto, esttas plataformas devem arrecadar aproximadamente 160 mil milhões de dólares em vendas globais fora da China. A maioria das vendas irá para a Temu e a Shein.

 

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