António Saraiva: «Urge pensar o País como uma empresa.»

António Saraiva, presidente da CIP, defende que o Governo tem que olhar para Portugal como uma empresa, para melhor a posicionar no mercado global.

Texto de M.ª João Vieira Pinto

Fotografia de Paulo Alexandrino

Que estratégias estão a ser desenvolvidas para posicionar a empresa Portugal neste jogo das Nações? Que competências é que Portugal tem ou quer vir a ter? Como é que a empresa Portugal se vai diferenciar dos seus concorrentes? Que investimento estrangeiro vai captar e em que condições? As perguntas são todas dirigidas pelo presidente da CIP, António Saraiva, ao Executivo. Mas não são de hoje, nem se destinam ao actual Governo em particular. É que o homem que começou por se destacar como líder da Comissão de Trabalhadores da Lisnave, logo após o 25 de Abril, não tem qualquer dúvida de que tem faltado, aos dirigentes pós-25 de Abril, um pensamento estratégico a prazo e duradouro.

«Vamos investir menos em 2012 do que se investia em 1991… Se não se pensar esta empresa Portugal a prazo, se não se percepcionar o que é que se quer ser, onde nos queremos posicionar, que sectores de actividade são prioritários, continuaremos a ser ultrapassados. E nenhum Governo o tem feito com cuidado», reflecte. Daí que a CIP tenha solicitado já o ano passado à McKinsey um trabalho de identificação dos principais sectores a investir e dos principais mercados a trabalhar.

O documento – “Imperativo do crescimento” – foi posteriormente apresentado ao Governo e alguns pequenos passos têm vindo a ser dados. Poucos ainda, considera, contudo, António Saraiva, que se mostra igualmente preocupado com o facto de 75% das exportações portuguesas continuarem a ter a Europa como destino e 25% destas ficarem em Espanha. «É aconselhável e urgente que redireccionemos para mercados terceiros as nossas exportações», aconselha o dirigente da Confederação Empresarial de Portugal, que confessa ter como ambição fazer da CIP «o farol que dá luz à navegação das nossas empresas para que sigam um rumo correcto».

O novo Código do Trabalho acabou de arrancar. Que impacto terá no tecido empresarial português? O ministro da Economia já disse que pode ajudar a diminuir o desemprego…

Pensar que a nova legislação laboral vem ajudar a reduzir o actual desemprego é talvez um pouco excessivo. O objectivo é não permitir que o desemprego aumente. Só há uma maneira de reduzir o desemprego, que é o crescimento económico. É aí que a sociedade portuguesa está numa encruzilhada.

Como é que geramos desenvolvimento? Como conseguimos crescimento económico? E não é só a sociedade portuguesa que chegou a este ponto, é a própria UE que tarda em encontrar medidas que promovam o crescimento. Este é o grande problema com que Portugal se debate: que sectores de actividade devemos eleger e incentivar, que focalização, que políticas amigas do investimento…

Há um conjunto de variáveis que têm que ser alteradas de forma a atingir esse resultado, de melhoria do ambiente institucional, para que a nossa economia possa crescer, de ganho de competitividade, de aumento de produtividade. Não se vai fazer de um dia para o outro, é uma política que tem que ser pensada, é um conjunto de reformas que têm que ser corajosamente assumidas – e lamentavelmente não o têm sido nos últimos anos. Estamos há 12 anos com crescimentos anémicos da nossa economia. E se não pusermos a economia portuguesa a crescer 2,5%, o problema do desemprego não se vai alterar.

Este Código do Trabalho não é, então, uma pedrada no charco?

Não. As leis laborais são apenas uma das variáveis. Se lhes mexermos isoladamente, não haverá resultados. Enquanto isso não for feito, não pensemos que vamos reduzir o desemprego.

Olhando apenas para as novas medidas, podem trazer resultados positivos?

Acredito e por isso a CIP lutou por elas. Lamentavelmente, nos últimos 20 anos a sociedade portuguesa teve algumas “vacas sagradas” em que não se mexeu e, à mesa das negociações, as diferentes equipas não souberam, de parte a parte, acompanhar as mudanças que entretanto aconteceram nas empresas, no mundo. Foi isto que impediu que, a tempo, tivéssemos produzido alterações, o que penalizou o desenvolvimento das nossas empresas. E fizemos isso durante demasiado tempo.

As novas leis laborais – que os sindicatos condenam – vêm repor alguma dessa eficácia que já podíamos ter atingido, nomeadamente o banco de horas. O custo salarial numa empresa têxtil, por exemplo, representa 30 a 40% do produto. Não é irrelevante. E o facto de se poder ajustar os recursos humanos às necessidades que as empresas têm é muito relevante. Hoje, as empresas não conseguem prever a prazo como é que vai ser a sua carteira de encomendas. Ajustar essa variação aos recursos humanos é determinante.

Se hoje não diferenciarmos os nossos produtos  se não lhes introduzirmos valor acrescentado, inovação, não conseguimos concorrer com países terceiros, nomeadamente os asiáticos. Como não se acautelou a entrada da China na Organização Mundial de Comércio, isso permitiu que produtos que hoje são manufacturados em zonas diferentes, com custos diferentes, sejam colocados no mercado em desigualdade de condições. Como não há regulação, produzimos na Europa a custos diferentes do resto do mundo. Para se ser concorrencialmente distintivo, é preciso diferenciarmo-nos. E o preço é factor determinante…

 … Portugal já foi o País da mão-de-obra barata e isso não foi factor diferenciador!

Esse mundo já acabou.

Temos que dar um tempo às empresas para fazerem a travessia, mas temos, também, que saber gerir este hiato. É isso que se procura: levar as empresas a alterar os seus padrões de desenvolvimento e a atingir novos patamares. Porque é um facto que não vamos continuar a sobreviver com mão-de-obra barata ou com produtos pouco inovadores.

Não são todas as empresas que o vão conseguir, mas há muitas que estão a tentar alterar os seus padrões de desenvolvimento, a reformular as suas estratégias. Num primeiro momento, alterou-se, reformulou-se e colocou-se no desemprego,  lamentavelmente, o actual volume de pessoas. Mas o novo desemprego que venha a existir já não será ditado pela renovação das empresas, mas por alguns encerramentos que venham a acontecer. No primeiro semestre de 2012 crescemos 42% em insolvências comparativamente com 2011. Estamos a fechar 25 empresas por dia! É aqui que o combate ao desemprego tem que ser feito.

As leis laborais serão só uma ferramenta diferente, esperamos que melhor, para que as entidades patronais possam modelar os seus recursos humanos e atravessar este deserto de desenvolvimento económico até chegarem a um patamar diferente. Não são a única panaceia.

E é tempo de enterrar os “diabos” que andam à solta entre patrões e sindicatos!

Mas que ainda continuam à solta…

Apesar de alguma tensão que hoje ainda há, fruto do desemprego e da condição em que o País se encontra, considero que as relações estão muito melhores do que já estiveram no passado. Temos reuniões bilaterais onde tentamos criar pontes de diálogo, tenho encontros periódicos com o Arménio Carlos (líder da CGTP).

Costumo dizer que quando resolverem o problema do financiamento em Portugal já não vale a pena, porque já não haverá empresas que dele necessitem. A mesma coisa acontece com os sindicatos. Se acabarmos com as empresas, acabamos com o problema. Se pergunta se há patrões com que não concordo, há. Mas da mesma forma que há empregados. O que não se pode é generalizar.

E é esta nova forma de estar nas relações de trabalho e nas empresas que gostaria de ajudar a desenvolver, para que se caminhasse num sentido construtivo. A empresa é uma criação de riqueza para patrões e empregados. O que temos que saber é criar riqueza e conseguir formas justas de a distribuir. Se uma empresa perde 60% das receitas – como aconteceu na minha -, se reduz substancialmente o volume de encomendas, como é que consegue manter o mesmo grupo de empregados? É preciso encontrar uma lógica, um equilíbrio, para que todos se salvem.

Alguns acham que este discurso é demagógico, mas eu defendo que tem que ser feito, com confiança entre as partes.

Também defende que é preciso pensar o País a prazo. Não se tem feito esse trabalho?

Lamentavelmente, os nossos dirigentes pós-25 de Abril não têm pensado o País como pensamos as nossas empresas. O País é uma grande empresa e o Conselho de Administração chamado Governo tem que gizar estratégias para posicionar a empresa Portugal neste jogo das Nações, neste mundo global onde hoje vivemos.

Que competências é que Portugal tem ou quer vir a ter para entrar neste jogo de globalização? Como é que esta empresa Portugal se vai diferenciar dos seus concorrentes? Que investimento estrangeiro vai captar e em que condições quando hoje, dentro do espaço europeu, há concorrentes muito melhor posicionados? Quando à mesa da concorrência apresentamos os nossos trunfos, os outros têm-nos sempre melhores que nós. Como é que se consegue captar investimento desta forma?

Vamos investir menos em 2012 do que se investia em 1991… Se não se pensar esta empresa Portugal a prazo, se não se percepcionar o que é que se quer ser, onde nos queremos posicionar, que sectores de actividade são prioritários, continuaremos a ser ultrapassados. E nenhum Governo o tem feito com cuidado.

Sempre que muda um Governo, tudo o que o anterior fez é para esquecer. As empresas não se compadecem com isto.

Por que é que não se faz, como em Espanha, um acordo de regime para aquilo que é fundamental? Rede ferroviária, Porto de Sines, Mibel…

Os outros vão fazendo e nós continuamos a discutir o que devemos fazer. Há quantos anos andamos a discutir a bitola europeia, o TGV, com milhões em estudos e advogados, que nos fazem falta? E é toda esta lógica que tem faltado. Temos que pensar Portugal como uma empresa, temos que a posicionar no futuro, temos que perceber de que forma lá vamos chegar, o que, na minha avaliação, não tem sido feito. Há falta de políticas públicas bem definidas, bem conduzidas e coerentemente mantidas.

Que medidas deve o Governo tomar para incentivar a competitividade das empresas?

Uma política fiscal e parafiscal amiga do investimento nacional e estrangeiro, com uma carga e uma previsibilidade coerentes, em termos de taxação de IRC e de taxas municipais. Uma justiça económica, que funcione de facto, não pode falar em reforma da Justiça e depois não se conseguir cobrar nenhuma dívida dos clientes, porque há manobras dilatórias, há todo um enredo burocrático.

A burocracia também: o Simplex foi uma boa medida do Governo anterior, e do João Tiago Silveira enquanto secretário do Estado, que morreu. Fizeram-se algumas coisas mas a carga burocrática a que as empresas estão obrigadas é terrível. A carga burocrática é de tal maneira pesada que asfixia as empresas.

Apresentámos ao Governo anterior e a este um estudo sobre regeneração urbana. O sector da construção está como está e, nos próximos 10 anos, não vamos ter construção de casas novas.

Mas temos um parque habitacional degradado, com 1700 casas em Lisboa sem casa-de-banho e é necessário um projecto de reabilitação urbana. Há fundos comunitários para isso, há investimento privado e, se promovermos a reabilitação urbana, vamos diminuir algum do desemprego instalado.

Também se fala muito do mar mas, em concreto, o que é que se faz? Temos estaleiros navais que estão a desaparecer, como Viana do Castelo, Figueira da Foz, Aveiro, Peniche. Passam-nos milhares de veleiros ao largo, que vão para França e para outros destinos, enquanto nós temos know-how que se está a perder, tal como vamos perder na construção se não fizermos nada.

As empresas estão a falir pela tesouraria. De um modo geral, as empresas têm cobranças enormes pendentes por causa da tal justiça que não funciona e do laxismo instalado nos prazos de pagamento, no qual o Estado foi o principal indutor.

Os capitais alheios desapareceram, as empresas estão descapitalizadas e, por isso, nós na CIP temos dito que as empresas têm que ser recapitalizadas, da mesma forma que foi a banca.

Assim como tem dito que deveria haver um ajustamento dos prazos de cumprimento do memorando!

Temos defendido isso. Portugal está a fazer um excelente trabalho, somos uns alunos brilhantes.

O problema é que a envolvente se alterou.

O nosso registo [da CIP] tem sido esse – não vamos pedir a revisão do memorando porque tenhamos incumprido ou feito um mau papel; mas temos legitimidade acrescida para pedir essa revisão, porque temos cumprido escrupulosamente aquilo a que nos comprometemos. A envolvente da economia internacional é que se alterou.

O tecido empresarial português assenta numa realidade em que temos 17 700 empresas que exportam. Queremos crescer nas exportações, queremos que o rácio das exportações no PIB passe dos actuais 32% para 40%, mas com que empresas, produtos ou serviços? Com que meios é que isso se faz e com que tempo? Onde é que se vai obter financiamento para o investimento de que necessitamos? O financiamento simplesmente está fechado porque, com esta regra que impuseram de passar de 160 ou 150 no rácio empréstimos/depósitos para 120, a banca está de tal maneira retraída que não concede crédito.

Fala-se muito em reindustrializar o País. Desde 1986, em que entrámos na CEE, cometemos o grave erro de desindustrializar porque isto era uma federação que funcionava harmonicamente e todos para um bem comum chamado, hoje, União Europeia. Cada um produziria uma coisa e, no fim, todos teriam tudo. E tornámo-nos dependentes.

Hoje, para satisfazer algumas das nossas necessidades temos de ir comprar e a um valor muito mais caro do que na altura.

Fala-se muito em reindustrializar e vamos ser confrontados com um conjunto de iniciativas, a partir de Setembro, para a reindustrialização portuguesa, objectivo em que a CIP está firmemente empenhada. Vamos ver o que é possível fazer, porque é necessário investimento. Tirando alguns sectores que têm estado desprotegidos, o tecido empresarial está empobrecido.

Não é só um problema de Portugal e não é uma questão que esteja apenas nas nossas mãos, tem que vir da UE, os pactos têm de ser alterados, os nossos dirigentes europeus têm de ter outra visão – se há défice, tem sido de liderança.

A CIP defende uma análise sectorial do tecido empresarial e a alavancagem de alguns que seriam determinantes para uma melhor performance económica. Como é que chegou à definição desses sectores e o que falta fazer?

Preocupado com esta questão, desafiei a McKinsey no ano passado a reflectir connosco.

Envolvi a CIP em dois estudos, a saber: “Portugal: o imperativo do crescimento”, da McKinsey, e “Missão crescimento”, onde nos juntámos à Ordem dos Economistas, à Ordem dos Engenheiros e ao Projecto Farol para esta reflexão.

As coisas correram em paralelo e as conclusões são semelhantes. O projecto “Imperativo do crescimento” ficou concluído em Novembro do ano passado e entregámo-lo ao Governo, que o colocou na agenda do Conselho Estratégico para a Internacionalização da Economia. Este Conselho Estratégico é que está a fazer a análise aos sectores e mercados para onde a nossa economia em termos externos, e não só, pode crescer. Não só porque para crescermos em exportações temos de assentar no mercado interno, em subcontratações que fazemos e empresas que alimentam as que estão a exportar – temos 17 700 empresas que exportam, mas elas assentam numa rede de subcontratação interna.

Destinamos até agora 25% das nossas exportações para Espanha… dependência grave. Temos de nos libertar do facto de 1/4 das nossas exportações serem destinadas a um mercado que está fortemente ameaçado. Por outro lado, 75% das nossas exportações destina-se à Europa – dependência terrível também. Isto é, é aconselhável e urgente que redireccionemos para mercados terceiros as nossas exportações. Já estamos a fazê-lo e algumas com êxito – México, Estados Unidos, Brasil, América Latina de um modo geral, Angola, Dubai. Agora, alterar o peso dos 75% para o mercado europeu para 40%-60%, por exemplo, vai exigir tempo e estratégias definidas em que o parceiro AICEP é, da parte pública, determinante.

Temos de fazer uma análise, atendendo ao que somos, e ir para mercados onde os nossos produtos podem ser procurados, por questões culturais, por exemplo.

Fala-se muito na Diáspora, na CPLP, mas de concreto, o que é que tem sido feito? O que é que a CPLP representa para as empresas em termos de volume de vendas? Nos EUA – onde estive há tempos com o Presidente da República – temos empresários emigrantes e luso-descendentes com empresas de enorme dimensão e ávidos de relacionamento com Portugal. Mais uma vez, é preciso ver o tecido empresarial, fazer, premiar e incentivar fusões e concentrações, assim como parcerias comerciais.

É preciso definir mercados e sectores de actividade com potencial de crescimento (foi nisso que o estudo da McKinsey ajudou). Se a isso juntarmos um relacionamento diferente e mais eficaz com a CPLP, através da Confederação Empresarial criada (que nos vai convidar), se criarmos dinâmicas para levar às empresas estas relações bilaterais, estaremos a honrar a missão que nos foi delegada de ajudar as empresas a crescer e a criar riqueza.

Qual é o balanço do “Imperativo do crescimento” no primeiro semestre deste ano?

Em termos concretos, o estudo do “Imperativo do crescimento” convenceu o Governo e, através dele, teremos um conjunto de ferramentas estratégicas para gizar iniciativas empresariais em que a AICEP está envolvida, para concretizar o objectivo de desenvolver sectores com potencial de crescimento nesta lógica de complementaridade e mercados emergentes e também com margem para crescer.

Começamos a ter actividades relacionadas com outros recursos – o Presidente da República já promoveu dois encontros para a Economia do Mar. É preciso discutir a interligação dos estaleiros navais e a ferrovia, porque, ou isto se faz rapidamente, ou vamos continuar a somar mais tempo perdido, quando hoje não temos qualquer tempo, e estamos a condenar o País. Hoje há, pelo menos, a consciencialização disso e ter a consciência de um problema é meio caminho andado para o resolver.

Que marca gostava de deixar na CIP?

Queria ter ajudado a iniciativa privada, as empresas, a alterarem o seu modelo de desenvolvimento.

Gostaria de ter promovido relações de trabalho, gerando factores de confiança, criando nas empresas um diálogo social efectivo e desfazendo a barreira que tem existido entre empregadores e empregados.

O tempo que vivemos hoje e os novos tempos que se aproximam são de concordância e coesão social, bem como de um diálogo social diferente.

Se não outras, gostava de deixar um conjunto de iniciativas para a reindustrialização, que já delineei na última reunião de direcção, e de ter iniciado um conjunto de reflexões para alterações e reformas que têm que ser feitas e onde a CIP, enquanto parceiro social, tem um papel a desempenhar e do qual não se pode demitir.

Era essa a marca que gostaria de deixar, em que a CIP é o farol que dá luz à navegação das nossas empresas para que sigam um rumo correcto e não se estatelem nos rochedos mais próximos.

António Saraiva, Presidente da CIP

Presidente da CIP desde 2010, António Saraiva tem uma carreira dedicada ao associativismo que aprendeu a par da experiência na indústria.

A atenção às questões sociais valeu-lhe a nomeação para a presidência da Confederação Empresarial de Portugal – resultado da fusão entre CIP, AEP e AIP – e tornou-o a voz dos empregadores nacionais.

Aos 17 anos começou a carreira profissional nos estaleiros da Lisnave, como operário metalúrgico, enquanto concluía o curso da Escola Industrial, de onde saiu serralheiro mecânico.

No Instituto Superior Técnico frequentou Engenharia Mecânica.

Após o 25 de Abril, foi eleito delegado do MFA e, no regresso à Lisnave, onde passou pelo planeamento de cargas e estudos de mercado, liderou a Comissão de Trabalhadores, desafiado pela UGT.

O Grupo Mello convidou-o para a direcção comercial da fábrica de torneiras Zenite, luso-italiana.

Revolucionou a empresa e orgulha-se de o ter feito sendo o único quadro não licenciado do grupo. Foi administrador e administrador-delegado, antes de comprar a empresa, em 1996, onde hoje se mantém como presidente do Conselho de Administração.

Entre 2004 e 2009, esteve à frente da Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos.

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