Falência ou recuperação? Futuro da dona da Visão está nas mãos do Estado e vai ser decidido nos próximos dias

A Trust in News (TIN), editora que detém títulos como a Visão, a Caras, a Exame ou a Activa, submeteu um Processo Especial de Revitalização (PER) no tribunal de Sintra. Nesta proposta não se prevê o perdão na dívida – que ascende a mais de 32 milhões de euros -, mas é apresentada uma proposta de mais de uma década para pagar ao seu maior credor, o Estado (17 milhões de euros).

Na íntegra, a proposta apresentada pela empresa de Luís Delgado consiste essencialmente em estender o pagamento da dívida ao longo de 15 anos, com um período de carência de dois anos, sendo que é no último mês que é feita a liquidação de quase metade (45%) da dívida.

No que diz respeito às dívidas ao Estado, o maior credor, a empresa propõe pagar em 150 prestações mensais, o que se traduz em 12 anos e meio.

Em relação aos trabalhadores, com salários e subsídios em atraso, a TIN propõe saldar a dívida de 488 mil euros em 12 meses.

No total, a empresa tem 155 trabalhadores. Desde o início do ano, quando a situação do não pagamento de salários começou a ser regular, já saíram da empresa 19 pessoas. A empresa pretende a saída de mais 15 pessoas com o intuito de poupar cerca de 750 mil euros.

Por outro lado, a proposta prevê ainda “a redução do espaço dos escritórios de Lisboa e Porto para metade, permitindo reduzir o valor dos custos com arrendamento de 400 mil euros”.

Recorde-se que o proprietário da Trust in News, o ex jornalista Luís Delgado adquiriu as publicações da empresa em 2017, por 10,2 milhões de euros, à Impresa. Deste negócio ainda deve 4,1 milhões de euros.

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