Turismo do Algarve teve em 2020 o pior ano de sempre

A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) anunciou que 2020 foi «o pior ano turístico desde que há memória, quer em termos de taxas de ocupação, quer no respeitante a resultados económicos e empresariais».

De acordo com os dados divulgados hoje pela AHETA, o volume de negócios do sector turístico na região caiu mais de 800 milhões de euros (-61,5%) no ano passado. O resultado deve-se sobretudo à quebra de 71,5% na procura dos mercados emissores externos, enquanto o mercado interno – apesar do «aumento da procura nos meses de Verão» – terminou o ano com menos 1,1 milhões de dormidas e 335 mil hóspedes (-21,2%).

A taxa de ocupação global média nos estabelecimentos de alojamento ficou pelos 27,7%, o correspondente a 8,7 milhões de dormidas, um mínimo histórico para a região. Por comparação, em 2019 o Algarve tinha registado uma ocupação média de 63,2%, ou mais de 24 milhões de dormidas.

Já as dormidas totais caíram 63,6%, com destaque para a quebra nas dormidas de turistas estrangeiros provenientes de países como o Reino Unido (-83,2%), Alemanha (-68,8%), Holanda (-54,7%) ou Irlanda (-90%). No total, houve menos 14,2 milhões de dormidas de turistas estrangeiros no Algarve.

«Neste contexto, a sobrevivência das empresas hoteleiras e turísticas do Algarve vai depender, fundamentalmente, das condições fiscais e financeiras criadas pelo Governo, visando manter os níveis competitivos na fase de retoma, tendo em vista evitar o colapso empresarial do sector. Sem apoios consistentes, a recuperação económica do turismo e do Algarve estão comprometidos», alerta a AHETA em comunicado. «A AHETA reitera que, caso a situação e os efeitos/impacto da pandemia se prolonguem, vamos assistir ao colapso de muitas empresas turísticas do Algarve pelo que é fundamental serem revistas e tomadas novas medidas de apoio, no imediato e com urgência, para prevenir e/ou impedir que tal venha a acontecer», apela.

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