Três campanhas marcantes deste Natal: Do “clássico natalício luso” a um anúncio “cheio de humor”
A cerca de uma semana do Natal, multiplicam-se as campanhas que ao longo do mês de dezembro encheram ecrãs com anúncios típicos da quadra. Mas quais se destacam mais? E porquê?
Gonçalo Martinho, Senior Creative & Art Director na agência Jung von Matt Spree, em Berlim, conta que o “Natal é um briefing tão apetecível quanto difícil”, mas, “felizmente, todos os anos surgem campanhas que não só nos fazem querer ver o anúncio até ao fim, como inclusivamente nos deixam com um leve sorriso nos lábios” e “para quem é criativo, sabe que isso é tudo”.
O criativo destaca três campanhas, duas nacionais – ambas da Fuel – e uma internacional que se destaca por ser “um anúncio cheio de humor”.
“Este ano, em Portugal, destacaria o anúncio de Natal do Continente – da Fuel. Uma história bonita e com um detalhe diferente que apreciei bastante: o facto de não ter falas. Algo que ajudou o acting e permitiria, por exemplo, que este anúncio fosse veiculado em qualquer parte do mundo sem recurso a dobragens – quase sempre duvidosas – ou legendas. É uma ideia que funciona em qualquer lugar, com uma boa integração da marca na narrativa. Uma agradável surpresa”, começa por destacar Gonçalo Martinho.
Segue-se uma outra campanha que despertou interesse: a da Worten protagonizada por Ricardo Araújo Pereira e Inês Aires Pereira. “A dupla que habitualmente protagoniza os anúncios da marca recria um clássico natalício luso, enquanto brinca com um irritante hábito português de uma forma leve e descontraída, ao mesmo tempo que apresenta a variedade de ofertas da marca como solução. Rendeu anúncios, um single, um videoclip e ‘mais não sei o quê'”, aponta.
Por fim, rumamos à campanha internacional. A escolhida pertence à Waitrose & Partners com o anúncio “Sweet Suspicion: a Waitrose Mystery” – da Saatchi & Saatchi.
“A sobremesa de Natal foi roubada, e é preciso encontrar o culpado. Um anúncio cheio de humor, num estilo Cluedo, com duas partes e uma brilhante extensão para social pelo meio. Algo mais simples de conseguir quando contas com estrelas como Matthew Macfayden, Joe Wilkinson, Rahkee Thakrar ou Dustin Demri-Burns. Mais simples, mas não menos brilhante. Uma campanha de Natal mais voltada para o entretenimento e a interação com o público do que para o que normalmente é pedido pelos clientes nesta altura do ano. E ainda bem; desperta a chamada inveja. Bem sei que é um sentimento censurável nesta quadra festiva, mas, pelo menos, é um elogio. E isso, como se diz em Portugal, ‘é pouco, mas é de boa vontade'”, remata o criativo.