Travagem no consumo cai para metade no segundo confinamento

A SIBS divulga hoje um relatório sobre a evolução do consumo em Portugal no último ano, desde que foi declarado o primeiro estado de emergência. A análise, assente nos dados do SIBS Analytics, mostra que há três fases (primeiro confinamento, restrições e segundo confinamento) e que o impacto da pandemia no consumo não foi sempre igual.

Verifica-se, por exemplo, que o primeiro confinamento revelou ser a fase mais agressiva de travagem do consumo: a variação homóloga no segundo confinamento (-19,2%) foi aproximadamente metade do valor registado no primeiro período de recolhimento obrigatório (-40,4%), no total de operações (compras físicas, compras online e levantamentos). A SIBS considera que esta trajectória poderá indicar uma certa adaptação dos consumidores e empresas ao contexto de crise sanitária.

Isso passa também pela adopção de alternativas online. Neste momento, o comércio digital representa já 18% do total de compras electrónicas em Portugal, valor que praticamente duplicou face ao período pré-pandemia, segundo a SIBS.

Destaque ainda para o aumento do peso dos pagamentos digitais, nomeadamente com o MB WAY no telemóvel, que mostram um crescimento duas a quatro vezes superior, face ao período homólogo. Este aumento verifica-se tanto online como nas compras em loja, indicando que os consumidores procuram reduzir o contacto físico e optar por soluções móveis e mais seguras.

O peso do comércio digital no total das compras subiu de 10% naquilo a que a SIBS chama de “antigo normal” para 18% no segundo período de confinamento. Trata-se de um valor superior aos 15% registados no primeiro confinamento. Também aqui se nota a crescente adopção do canal digital.

Menos confinados

A análise da SIBS revela ainda diferenças no indicador da mobilidade em Portugal, ao comparar os dois confinamentos. Olhando para as compras físicas e online nos sectores de transporte de passageiros e gasolineiras, bem como outras operações relacionadas com mobilidade (parques, portagens e viagens), há diminuições significativas nas deslocações entre 18 Março e 3 Maio de 2020 (-64% face ao período pré-pandemia).

Já entre 15 de Janeiro e 17 de Março de 2021, a quebra na mobilidade em Portugal ficou-se pelos -45% (partindo de uma base de index 100, na qual 100 representa as despesas de mobilidade antes do início da pandemia).

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