Marketing de guerrilha ataca no arranque do julgamento do caso BES
A TorkeCC, a primeira agência de marketing de guerrilha em Portugal e consultora criativa, foi escolhida pela Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD), e pela Associação de Lesados Emigrantes da Venezuela e Africa do Sul (ALEV) para criar uma manifestação simbólica que ilustre as poupanças de vida de 1994 pessoas “enterradas” num dos maiores crimes económico-financeiros do país.
Uma viatura funerária com um caixão e coroa de flores circulou e estacionou pela zona do Campus da Justiça, ilustrando de forma simbólica e pacífica as suas vítimas, os seus lesados já falecidos, bem como as suas poupanças “enterradas” em dezenas de crimes financeiros.
Realizada hoje, data de arranque do julgamento, esta ação de guerrilha com a assinatura de André Rabanea, fundador da TorkeCC, foi ainda escoltada por 16 figurantes que representam os 16 arguidos e caras do caso BES/GES, pois é um julgamento que não versa apenas sobre Ricardo Salgado.
A mesma coroa seguiu agora viagem no carro fúnebre que acompanhou o primeiro dia do julgamento.
No Processo Crime, este conjunto de vítimas reclama por 330 milhões, valor que inclui danos, não só patrimoniais, como morais. Estima-se que, das 1994 vítimas do maior crime económico-financeiro no país, mais de 100 já faleceram, estando duas e três linhas geracionais a aguardar por justiça e a fechar um capítulo que dura há 10 anos.
Esta ação é uma continuidade da iniciativa desenvolvida também pela TorkeCC, em parceria com a ABESD, no dia 3 de agosto, a data que marcava os 10 anos do anúncio da derrocada do Grupo e Banco Espírito Santo.
Nesse dia, em plena Praça do Comércio, foi criada uma vigília com a disposição de uma coroa de flores simbólica e com o acender velas, por cada vítima que perdeu as poupanças de uma vida, tendo reunido dezenas de vítimas, lesados, familiares e transeuntes curiosos pela ação-vigília.