TikTok proibe filtros de beleza a menores de 18 anos, após alegações de danos à saúde mental
O TikTok confirmou ao site The Verge que vai proibir, a nível mundial, que crianças com menos de 18 anos possam usar efeitos de alteração de aparência. Ou seja, os filtros de beleza. Uma medida que, segunda o mesmo site, acontece para proteger a saúde mental dos mais novos.
Esta medida surge depois de vários procuradores norte-americanos terem denunciado a rede social chinesa por prejudicar a saúde mental de crianças e adolescentes.
O TikiTok revelou, através de um comunicado, que a medida será imposta “nas próximas semanas” e que é uma resposta a um estudo que encomendou à ONG britânica ‘Internet Matters’, e que levanta preocupações sobre o impacto destes filtros no sentido de identidade das crianças.
A rede social, que esta semana organizou um fórum de segurança em Dublin, acrescenta que existe uma “distinção clara” entre os filtros concebidos para serem “óbvios e divertidos”, como os que acrescentam caraterísticas de animais, e os que “alteram a aparência” de uma forma quase indetetável para quem vê.
Na sua declaração no fórum, comprometeu-se a restringir a utilização de “alguns efeitos de aparência” a menores de 18 anos, e a diretora de políticas públicas para a segurança e o bem-estar da Europa, Nikki Soo, confirmou que a medida será implementada em todo o mundo, relata The Verge.
As plataformas e os motores de busca com mais de 45 milhões de utilizadores na UE terão de cumprir a Lei dos Serviços Digitais a partir de hoje.
A plataforma afirma que já informa “proactivamente” os utilizadores quando certos efeitos foram utilizados no conteúdo que visualizam, mas agora vai dar “mais informações sobre como um efeito pode mudar a sua aparência” e vai concentrar-se em fazer com que os utilizadores compreendam os “resultados não intencionais” destes.
No mês passado, catorze procuradores do estado norte-americano processaram o TikTok por prejudicar a saúde mental das crianças e acusaram a rede social de utilizar um sistema de conteúdos viciantes para lucrar com os utilizadores mais jovens, apontando diretamente para a utilização de tais filtros.
Especificamente, denunciaram que os “filtros de beleza” podem baixar a autoestima, especialmente a das raparigas menores, e citaram estudos segundo os quais 50% não ficam bonitas sem editar o rosto e 77% dizem que tentam mudar ou esconder alguma parte do seu corpo com esta ferramenta.