Tecnologia, competências sociais e a construção do futuro das nossas crianças e jovens
Por Lívia Oliveira, coordenadora de Marketing da Assembly
Neste Dia Mundial da Internet, para além de celebrarmos o potencial de transformação dos avanços das tecnologias, queremos também fazer uma reflexão sobre os desafios destas novas tecnologias na vida de todas as pessoas, mas, em especial, das crianças e jovens.
É inegável que o mercado de trabalho está em profunda reestruturação e que muitas das profissões que já existiram, hoje, desapareceram e muitas outras vão ainda ser criadas. E não são apenas as profissões que estão a mudar, mas sim a própria natureza do trabalho, impulsionada por tecnologias disruptivas como a automação, a inteligência artificial, a robótica, a realidade virtual ou o machine learning. Vale dizer também que as tarefas rotineiras relacionadas com matemática, ciência e engenharia estão também vulneráveis à automação e temos, já hoje, robots, máquinas e softwares que pensam, falam, programam e agem por nós no dia-a-dia.
Por isso mesmo, o domínio de competências tecnológicas é mais do que um factor amplamente diferenciador. Conhecer, experimentar e vivenciar as tecnologias em todo o percurso de educação e aprendizagem fará toda a diferença no sucesso profissional de quem agora as aprende.
Muito embora as competências tecnológicas e digitais sejam o maior diferencial, há outras valências que não podemos negligenciar quando se olha para o presente e para o futuro: a comunicação, a interpretação, o pensamento crítico e a capacidade de criar e inovar são igualmente importantes e é imperativo que as metodologias de ensino consigam trabalhar de forma unificada todas essas valências. Neste sentido, é seguro afirmar que os novos empregos que vão surgir, impulsionados pelo uso crescente da tecnologia em tarefas rotineiras, vão exigir também competências sociais, lógicas e comportamentais que complementem as habilidades mais técnicas.
Por tudo isto, quando assumimos a responsabilidade de formar os líderes de amanhã, devemos também adoptar a tecnologia como algo mais complexo do que uma mera ferramenta: é importante considerá-la o motor que estimula o raciocínio lógico, potencia a autonomia e oferece novas formas de pensar e fazer, essenciais ao futuro que está a acontecer hoje, no presente.
Exemplo disso é a Assembly que se afirma como a Escola do Futuro e tem uma metodologia inovadora e transdisciplinar. É verdade que o foco da escola é a tecnologia e que privilegia áreas como a Robótica, o Design, a Programação e o Gaming. Porém, acredita que devem trabalhar também de forma sistemática competências como o trabalho de equipa, o pensamento crítico, a curiosidade, a capacidade de resolver problemas e a autoconfiança de todos os seus alunos.
Por tudo isso, acredito que só a combinação destes dois universos — de um lado, a tecnologia; do outro, as competências transversais — poderá trazer um futuro promissor a todos os que dão agora ou irão dar brevemente os primeiros passos no mercado de trabalho.