Técnicos de Eventos com quebras superiores a 80%: «Há pessoas a passar fome!»
O Terreiro do Paço, em Lisboa, foi alvo de uma manifestação diferente na noite de ontem: entre as 20h e as 22h, a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) promoveu um protesto pacífico que visava chamar a atenção e pedir apoios ao Governo. Como? Através de videomapping.
A projecção preparada pelos profissionais participantes apresentava imagens, vídeos e frases que reflectem o estado de espírito do sector e a situação económica em que se encontra. De acordo com Pedro Magalhães, presidente da APSTE, «há várias empresas com quebras de facturação superior a 80%», dado que a actividade está praticamente parada.
«Falamos de milhares de técnicos de som, iluminação, vídeo, riggers, stagehands, entre outros profissionais. Há pessoas a passar fome!», sublinha o responsável. Pedro Magalhães lembra ainda, em comunicado, que este é um sector que não está em retoma e que não há uma data definida para a reabertura. Não há também uma «posição concreta por parte do Governo quanto às medidas a adoptar para mitigar os danos causados».
No ano passado, as 170 empresas que integram a APSTE registaram uma facturação de mais de 130 milhões de euros. Agora, 56% não tem liquidez para pagar os salários nos meses de Agosto e Setembro.
Durante o protesto, a associação apresentou um conjunto de medidas especificas para o sector:
· Prolongamento do Layoff simplificado – continuação até 31 de Dezembro;
· Isenção da TSU – incluindo os não abrangidos pelo Layoff e sócios gerentes;
· Formação aos colaboradores – criação de parcerias com centros formação regionais enquadradas nas necessidades das empresas;
· Moratória – extensão das moratórias para, pelo menos um ano;
· Financiamentos – linhas de crédito sem juros para todas as empresas do sector, independentemente da sua dimensão e do seu CAE;
· Suspensão do pagamento por conta;
· Isenção de IUC e seguros (estendendo o prazo do seguro) para viaturas não utilizadas devido ao Layoff até Dezembro;
· Promover junto do Governo a inclusão dos associados da APSTE no regime de isenção de tacógrafo ao abrigo da Portaria n.º 222/2008 de 5 de março, incluindo no livrete essa homologação;
· Adiamento do pagamento do IMI – a ser diluído nos próximos anos;
· Definição de um CAE para o sector – criação de um contrato colectivo de trabalho específico para o sector, à semelhança do Turismo, que observe, entre outras características, a flexibilização do horário, nomeadamente as horas de entradas e saídas, carga horária diária e o descanso semanal não obrigatório ao fim de semana.