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Técnica ‘prebunking’ para evitar desinformação pode ser eficaz, revela estudo
As campanhas de ‘prebunking’, uma técnica que consiste em preparar o utilizador com informações fiáveis antes de este se deparar com conteúdo falso, podem ajudar a identificar narrativas ou temas enganadores, revela um estudo da Ecorys.
O estudo, realizado a pedido da Google, salienta que o ‘prebunking’ pode potencialmente produzir impactos em termos de sensibilização das audiências e contribuir para a redução da sua suscetibilidade à desinformação.
“O ‘prebunking’ pode ser eficaz como uma intervenção a montante que ajuda a equipar as audiências recetivas à mensagem”, revela o estudo.
Contudo, esta estratégia também pode alienar o público que tem opiniões diferentes ou não confia na fonte de informação.
Além disso, as campanhas de ‘prebunking’ podem ser extremamente sensíveis, nomeadamente no que se refere à credibilidade das organizações, aos objetivos da campanha, aos temas, ao enquadramento dos materiais e à orientação do público.
Neste sentido, os autores defendem ser necessário “assegurar uma política ou orientação clara para os cenários em que o ‘prebunking’ pode existir”, acrescentando a necessidade de abordagens distintas, tendo em conta a diversidade de públicos e os riscos existentes.
Em relação a campanhas eleitorais, embora haja mais desinformação, é necessário antecipar este período para dotar as pessoas de ferramentas que as permitam distinguir entre o que é ou não verdade, segundo o estudo.
De acordo com os autores, a colaboração com as entidades locais pode ajudar para aumentar a credibilidade e eficácia do ‘prebunking’, sobretudo através da avaliação das organizações sobre a desinformação que afeta a sua zona de atuação.
“Esta abordagem é também essencial para garantir a confiança dos utilizadores finais, para os quais as empresas tecnológicas podem ser vistas como parte do problema”, refere o estudo.
A Google disponibiliza uma ferramenta de ‘prebunking’ que pretende ‘educar’ os utilizadores para identificar notícias falsas através do uso de fontes confiáveis e ferramentas como a verificação de factos.
O estudo pretendeu avaliar as implicações das tecnologias emergentes, incluindo a Inteligência Artificial (IA) generativa, para combater a desinformação e promover a segurança ‘online’, bem como orientar futuras decisões políticas de algumas plataformas digitais.
Realizado entre setembro de 2023 e julho de 2024, o trabalho incluiu um mapeamento e revisão do panorama político e prático da literacia mediática na Europa.