Tabaqueira: ESG no centro da cadeia de valor

Em 2016, o grupo ao qual a Tabaqueira pertence há mais de 25 anos, a Philip Morris International (PMI), anunciou o seu propósito de contribuir para a construção de um futuro sem fumo, através da progressiva eliminação dos cigarros. Para tal, colocou-se na dianteira da transformação da indústria tabaqueira, assumindo a sustentabilidade como pilar fundamental da sua actividade.

A face mais visível desta transformação tem passado pelo compromisso de reduzir o impacto dos seus produtos, através do investimento em ciência e em inovação tecnológica (mais de 10 mil milhões de euros desde 2008) para disponibilizar melhores alternativas aos fumadores adultos, sem combustão e com potencial redução de nocividade face aos cigarros. De acordo com os últimos dados da companhia, relativos a Setembro de 2023, mais de 19,7 milhões de fumadores, em todo o mundo, transitaram para o sistema de tabaco aquecido da PMI e abandonaram os cigarros, a forma mais nociva de consumir nicotina. Em Portugal, no final de 2022, contabilizavam-se 400 mil utilizadores deste sistema.

Mas há outras mudanças significativas na empresa, incluindo na paisagem – onde se inclui um enorme parque fotovoltaico, que cobre o parque de estacionamento lateral à fábrica, com mais de 5000 metros quadrados, uma capacidade produtiva de 1 MW e que garante a integração de aproximadamente 10% de energia eléctrica para autoconsumo da unidade produtiva – contribuindo, assim, para a redução de emissões de CO2 em mais de 800 toneladas por ano. Este investimento, que se insere no Programa Energético e Ambiental que a empresa tem em curso e que, desde 2020, já aplicou 7 milhões de euros na melhoria da eficiência energética e industrial da fábrica, permitiu à Tabaqueira, entre os anos de 2010 e 2022, reduzir a sua pegada carbónica em 75%.

Este é um dos muitos indicadores de desempenho que vêm plasmados na 3.ª edição do Relatório de Sustentabilidade da Tabaqueira, recentemente publicado e que mede os progressos da companhia no que diz respeito ao seu roteiro para a sustentabilidade (relativamente ao ano de 2022), identificando e avaliando os passos concretos que têm sido dados no sentido da mitigação dos impactos sociais e ambientais, quer dos seus produtos, quer das suas operações.

A redução da pegada de carbono da unidade fabril da Tabaqueira está em linha com o grande objectivo que a PMI estabeleceu para 2025: garantir a neutralidade carbónica das suas operações. De acordo com o mesmo documento, no mesmo período, desde 2010, a operação portuguesa diminuiu também em 43% o consumo de energia e em 45% a utilização de recursos hídricos, tendo sido recertificada em 2022 com o selo Alliance For Water Stewardship (é a única fábrica portuguesa a ostentar esta certificação). Ainda de referir que a unidade fabril recicla e valoriza mais de 99% dos resíduos gerados pela sua actividade. Resultados que são possíveis pelo investimento robusto que a PMI tem vindo a fazer na operação portuguesa desde 1997 (mais de 400 milhões de euros), uma grande fatia alocada à eficiência e produtividade da fábrica.

Um trabalho de protecção ambiental que, a par de diversas iniciativas de cariz solidário e social, tem sido feito de braço dado com a comunidade do seu bairro. Por exemplo, em curso, naquela comunidade, está o laboratório vivo para a neutralidade carbónica da Tabaqueira, que está a ser implementado no âmbito do SMILE – Sintra Motion & Innovation for Low Emissions Carbon Neutrality Living Lab, em parceria com a Câmara Municipal de Sintra, a Fundação Aga Khan e outros parceiros. Entre outras iniciativas, em sinergia com este programa, contou-se, por exemplo, o donativo de uma viatura eléctrica ao Centro Social de Idosos e Reformados de Albarraque.

APOSTA NA INCLUSÃO E DIVERSIDADE

Na sua estratégia, a empresa estabeleceu outro objectivo central: a promoção de um trabalho qualificado e inclusivo, procurando fomentar uma diversidade cultural que promova a equidade e a inclusão, proporcionando acesso à aprendizagem ao longo da vida a todos os trabalhadores e melhorar a representação de género na gestão a nível local.

No universo de cerca de 1400 trabalhadores que a Tabaqueira tinha nos seus quadros em 2022 (entretanto, já foram contratadas mais 100 pessoas) estavam representadas 37 nacionalidades – uma multiculturalidade proporcionada, em grande parte, pela instalação, em Albarraque, de vários centros de excelência globais da PMI.

No mesmo ano, 48% dos cargos de gestão no mercado foram ocupados por mulheres (que representaram, no total, 36% da população de trabalhadores) na operação local, bem acima da meta traçada pela casa-mãe, que estabeleceu (e atingiu precisamente em 2022) o objectivo global de garantir a representatividade feminina em pelo menos 40% das funções de gestão.

Sendo uma empresa fabril, as práticas de gestão priorizam a segurança e saúde dos trabalhadores. Nos últimos anos, a fábrica da Tabaqueira tem posto em prática medidas para reduzir os possíveis acidentes de trabalho, sendo a sua prevenção um dos maiores focos. Tendo em conta o objectivo anual de zero acidentes nas instalações, é importante destacar o resultado positivo relativo a 2022, quando se registou apenas um acidente categorizado como TRI (acidentes que necessitam de baixa médica, acidentes com tratamento médico associado e acidentes que não permitem que a pessoa cumpra a sua função na plenitude no seguinte dia).

A Tabaqueira foi a primeira empresa portuguesa certificada em termos de igualdade salarial, de forma independente pela Equal-Salary Foundation, no sentido de garantir o mesmo salário a mulheres e homens que desempenham as mesmas funções – tendo, entretanto, revalidado esse estatuto com certificação global da PMI, que assegura que tal igualdade é uma realidade em todos os mercados onde opera.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 329) da Marketeer.

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