Supermercado dedicado a produtos quase fora da validade vê procura crescer 250%

Em 2016, nascia o GoodAfter, o primeiro supermercado português de produtos que se encontram perto da data preferencial de consumo. Desde então, vendeu mais de 225 toneladas de artigos que, de outra forma, poderiam acabar no caixote do lixo – o equivalente a 200 mil unidades de oito mil produtos diferentes.

Durante os meses de pandemia, o negócio ganhou novo alento, verificando-se um crescimento de 250%. Perante o cenário de crise sanitária, os consumidores procuraram novas soluções que fossem mais baratas e que, ao mesmo tempo, ajudassem a combater o desperdício. Em comunicado, a GoodAfter esclarece que o salto registado diz respeito a toda a Península Ibérica e que abrange tanto produtos alimentares como não-alimentares.

Com mais de sete mil clientes – metade dos quais repetem compras -, o GoodAfter tem parcerias com fabricantes e lojas (incluindo pequenas mercearias) de forma a dar uma nova oportunidade a produtos perto da data limite de consumo preferencial, sazonais ou de linhas descontinuadas/obsoletas. Para garantir que são escoados, o supermercado apresenta reduções de até 70% no preço médio destes produtos.

Champôs, produtos de limpeza, enlatados e conservas são alguns dos produtos comercializados pelo GoodAfter. «Hoje, os portugueses têm uma maior consciencialização para o desperdício alimentar e uma noção da total segurança do que é consumir produtos que se encontram no limite, ou ultrapassam, a data de consumo preferencial», explica Chantal Gispert, co-fundadora do GoodAfter.

A crise acelerou o interesse por esta opção, resultando em pressão acrescida na operação do GoodAfter em Portugal e em Espanha. «Queremos despertar e consciencializar as pessoas para a alteração de comportamentos e de hábitos ambientais e mais saudáveis, permitindo, desta forma, através de uma mudança de mentalidades e de comportamentos, a redução do volume de resíduos alimentares e melhorar a alimentação e a saúde das pessoas», acrescenta a responsável.

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