Super Bock e Coruja: afinal era mesmo marketing

O Coruja não é, afinal, um artista mas sim um colectivo de nove artistas urbanos. The Caver, Kruella, Contra e  Mário Belém são apenas alguns dos nomes que aceitaram o desafio lançado pela cerveja Coruja, marca produzida pela Super Bock, em parceria com a Solid Dogma. Também Frame, Glam, MAR, Mosaik e Samina fazem parte do projecto.

A insígnia está finalmente pronta para admitir que o conflito entre a cerveja Coruja e o artista homónimo foi encenado e que tudo se tratou de uma campanha de marketing, tendo em vista não só a promoção da bebida mas também o lançamento de uma nova plataforma de apoio à arte urbana.

“Coruja para as Artes” é apresentada hoje, ao mesmo tempo que todo o mistério é, finalmente, desvendado. Bruno Albuquerque, director de Marketing Cervejas do Super Bock Group, explica que se trata de uma iniciativa tendo em vista a promoção de artistas urbanos portugueses. Tudo começou com uma campanha mas irá evoluir para uma estratégia mais alargada, com a duração de três anos.

No próximo dia 20, o Super Bock Group irá apresentar também uma exposição com obras do colectivo e um prémio destinado a novos talentos, com periodicidade anual. Está a ser, ainda, desenvolvida (já em fase de finalização) uma aplicação móvel que visa mapear a arte urbana em Portugal. Além disso, Bruno Albuquerque acrescenta que a Coruja estabeleceu uma parceria com a Galeria de Arte Urbana (GAU) no âmbito da sua estratégia de apoio à arte urbana.

Reacção do público

À Marketeer, Bruno Albuquerque garante que os objectivos estipulados para a primeira fase da campanha, em que o colectivo ainda não tinha sido revelado, foram atingidos na sua totalidade. «Há sempre um grau de imprevisibilidade associado a uma campanha como esta mas o balanço geral é positivo. As reacções positivas superam as negativas», revela o responsável.

A intenção era gerar conversação e interacções nas redes sociais, de uma forma orgânica. O número de gostos e comentários no Instagram, por exemplo, indicam o bom desempenho do conflito ficcional, afirma Bruno Albuquerque. O profissional considera que a abordagem escolhida para dar a conhecer o apoio da Coruja à arte urbana permitiu que os consumidores se manifestassem, dando-lhes poder.

Coruja vs Super Bock

A Super Bock já tinha uma presença activa nas indústrias criativas, tendo até assinado uma obra na edição do ano passado do Festival Muro. Porém, o Super Bock Group sentiu a necessidade de encontar uma forma mais clara de demonstrar o seu apoio a esta forma artística – a Coruja revelou ser a marca ideal.

Bruno Albuquerque explica que a Coruja permite amplificar o trabalho que vinha a ser feito com a Super Bock, criando pontes entre a criatividade cada vez mais presente no sector cervejeiro e a criatividade que pulsa nas ruas.

Texto de Filipa Almeida

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