Subsidiária italiana que fabrica malas Dior investigada por exploração laboral. Marca pagava 53 euros por modelos vendidos a 2600 euros
Uma subsidiária italiana do gigante francês de luxo LVMH, que produz malas para a Dior, foi colocada sob administração judicial na segunda-feira, após uma investigação alegar que tinha subcontratado trabalho a empresas chinesas que maltratavam os trabalhadores.
De acordo com a Reuters, os procuradores alegam que este não é um caso isolado, mas sim uma prática entre as empresas de moda que fabricam em Itália, já que procuram a maior margem de lucro possível.
O tribunal de Milão decretou que a Manufactures Dior SRL, totalmente detida pela Christian Dior Italia SRL, seria colocada sob administração judicial por um ano, embora continue a operar durante esse período.
A investigação da Dior concentrou-se em quatro pequenos fornecedores que empregavam 32 trabalhadores nas proximidades de Milão, dois dos quais eram imigrantes no país de forma ilegal, enquanto outros sete trabalhavam sem a documentação necessária.
Os trabalhadores viviam e trabalhavam “em condições de higiene e saúde que estão abaixo do mínimo exigido por uma abordagem ética”. No decreto de 34 páginas, os juízes afirmam que os trabalhadores eram obrigados a dormir no local de trabalho para terem “mão-de-obra disponível 24 horas por dia”. O mapeamento dos dados de consumo de electricidade mostrou “ciclos de produção contínuos dia-noite, inclusive durante os feriados”.
Além disso, os dispositivos de segurança foram removidos das máquinas para permitir que operassem mais rapidamente, permitindo reduzir ainda mais os custos: uma mala custava assim à Dior apenas 53 euros. O documento cita como exemplo um modelo da marca com o código PO312YKY, que a casa de moda vendia depois nas lojas por 2.600 euros.