Storytelling: a “arte” de contar boas histórias

Por Eduardo Adas, sócio fundador da SOAP – State of the Art Presentations

A arte de contar uma boa história. Esta é a definição mais adequada do termo anglicano “storytelling”, que, literalmente, pode ser traduzido como “narrativa”. O “boa”, por sua vez, significa relevante. Ou seja, uma narrativa que seja interessante e que consiga capturar a atenção do público, seja ele quem for e esteja onde estiver. Uma história articulada, com início, meio e fim bem delimitados, e que “prenda” o interlocutor, seja por elementos da comédia, da tragédia ou de alguma outra acção específica.

Tudo se resume a uma única questão: relevância. No caso dos mercados de comunicação e marketing, com a dispersão dos públicos das mídias de massa, tornou-se mais difícil conquistar a atenção da audiência. O “latifúndio” que os anúncios ocupavam nas mentes e nos corações dos consumidores foi se transformando em “fazenda”, depois em “sítio”, “chácara”, até chegar a uma “casa pequena”. Me refiro aos fenómenos sociais, económicos e políticos que nos levaram, nas últimas décadas, do cenário de “massa” para o “nicho”. Foi nesse contexto que o próprio mercado descobriu uma solução: os livros. E, mais especificamente, os clássicos universais, que se mantêm relevantes (relevantes!) há muito e muito tempo.

Foi natural, então, que os anunciantes se apropriassem de recursos narrativos consagrados para combater a dispersão. A descoberta não ficou restrita apenas ao segmento de comunicação: o storytelling contribuiu para os mais diversos sectores. Afinal, quase toda a comunicação envolve contar uma história. E boa, de preferência: do cafezinho no trabalho à reunião de negócios.

Por que o storytelling se tornou tão importante nos dias de hoje? Por conta, justamente, do momento em que vivemos, de comunicação frenética e relações superficiais. Para se tornar significativa, a marca precisa ampliar a presença na vida do consumidor. É preciso convencê-lo. Motivá-lo. Envolvê-lo. E aprimorar as técnicas narrativas é extremamente útil para conquistar a sua atenção e obter o seu engajamento. Mas como fazer isso? Seguem quatro dicas de ouro:

1 – Defina uma mensagem: estabeleça um tema central e uma mensagem principal que deverá ser transmitida. Interligando um ao outro, por mais densa que seja a informação, ela será assimilada de forma mais fluida e subtil;

2 – Estabeleça um slogan: definiu a mensagem? Transforme-a em slogan: ou seja, uma frase concisa, forte e significativa, que resuma todo o teor da mensagem que será passada. Abuse da criatividade. Assim, ficará muito mais fácil para sua audiência se lembrar da sua mensagem;

3 – Início, meio e fim: elabore o começo, o meio e a conclusão: sua mensagem só será passada com eficiência caso seja construída aos poucos, de forma consistente. Utilize outras mensagens para levar àquela aonde você quer chegar, como exemplos e metáforas;

4 – Desfecho: construa um desfecho marcante, uma conclusão poderosa, que ajude a manter a mensagem na memória de quem for impactado por ela.

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