Sparkl quer mais profissionais de beleza surdos
Actualmente, cerca de 10% dos colaboradores da Sparkl são surdos. Até ao final do ano, a plataforma de beleza on-demand espera aumentar este número para 15% e, para isso, tem em curso uma campanha de comunicação. Com a ajuda da esteticista Andreia, a Sparkl mostra como pode representar uma oportunidade para profissionais surdos conquistarem a sua independência financeira.
Mariana Bettencourt e Filipa Mascarenhas, fundadoras da Sparkl, explicam à Marketeer como surgiu a ligação da plataforma a esta causa (nomeadamente, à Associação Portuguesa dos Surdos), qual o caminho já percorrido e quais as surpresas ainda escondidas na manga.
Como surgiu a ligação à Associação Portuguesa dos Surdos (APS)?
Na realidade, a nossa relação com a APS é recente e foi resultado de um contacto de uma das profissionais surdas que trabalha com a Sparkl. Temos trabalhado em conjunto com a Casa Pia, centro de recursos que tem sido essencial para o sucesso deste projecto e, recentemente, pedimos também ajuda à Associação Portuguesa dos Surdos.
Qual tem sido o resultado desta parceria? Quantas pessoas surdas colaboram já com a Sparkl?
Neste momento, temos cerca de 10% de profissionais surdas a colaborar na plataforma Sparkl e pretendemos chegar ao final do ano com cerca de 15%. O resultado da parceria tem sido no sentido de conseguirmos desbravar caminho, de tentar chegar até à comunidade surda para que vejam na Sparkl uma oportunidade de trabalho e de desenvolvimento pessoal e formação. Temos trabalhado com algumas entidades certificadas e formadoras certificadas para as/os qualificar. No entanto sentimos muita dificuldade em todo o processo, pois em Portugal nem se sabe qual a dimensão da população surda. O último censos é muito antigo, não existe nada muito organizado, não existem escolas de estética 100% adaptadas a surdas nem entidades capacitadas para dar formação de formadores a surdas.
Esta campanha terá mais peças além do vídeo com a experiência da colaboradora Andreia?
Esta campanha não passa apenas pelo vídeo que estamos a divulgar, mas pelo trabalho de bastidores que está ser feito, pelas parcerias que temos estado a desenvolver no sentido de criarmos novas oportunidades e reais para a comunidade de surdos. A campanha não vai ficar por aqui. Em breve, teremos mais novidades. Imagine que tinha nascido surda… As oportunidades profissionais que estariam ao seu alcance seriam mesmo muito poucas, teria de ultrapassar muito mais obstáculos que uma pessoa não surda pois a sociedade portuguesa não está preparada.
De que forma está a ser divulgada a campanha?
Neste momento, está a ser divulgada para toda a comunidade de surdos através de diversos veículos e online nos canais da Sparkl.
Texto de Filipa Almeida