Zé do Boné: a marca que celebra a cultura portuguesa com criatividade e humor

“E porque não?” pensou Rita Martins no dia em que teve a ideia e decidiu concretizar a ‘Zé do Boné’. Aliás, como a própria revelou nesta entrevista, à Marketeer, este é o lema da marca.

Desde o início que o feedback tem sido o melhor, numa altura em que os presentes não saem da cabeça dos portugueses, a Zé do Boné tem sido escolha de muitos. Um sucesso que a responsável pelo projeto assume ser superior às expectativas.

Como surgiu a ideia de criar a marca Zé do Boné e qual foi a inspiração por trás das expressões bordadas em bonés e sweats?

“Porque não?” é o lema do Zé do Boné, que envolvido na cultura tuga, pensou porque não trazer as nossas expressões para um acessório do dia a dia, como um boné? A inspiração vem da vontade de transformar o dia a dia em algo simples e descontraído e arrancar sorrisos com expressões que diariamente ouvimos e dizemos.

Que tipo de expressões são bordadas? Quem tem a ideia?

Podemos encontrar frases como “sou gaja de ir, mas não contem comigo”, “não se está de boné à mesa”, “podes tirar o cavalinho da chuva” ou “o mundo é bué cenas”. Procuramos bordar expressões tipicamente portuguesas. Essencialmente, frases com humor e que possam facilmente criar conversas e bons momentos. O Zé do Boné é isso mesmo, um reflexo de momentos e da cultura tuga, pelo que consideramos que a imaginação vem fruto do convívio e de experiências entre amigos.

Essas frases estão disponíveis no nosso site. Também personalizamos frases à escolha, o que é engraçado porque muitas vezes são frases ditas em amigos, as ditas inside jokes, o que resulta numa ótima prenda. Tratamos dessas encomendas personalizadas pelo Instagram, por enquanto.

A Zé do Boné tem conquistado muitos fãs, especialmente nas redes sociais. Como é que a marca se posiciona e o que considera ser a chave para essa popularidade crescente?

Se nos pedissem para descrever um típico português, como o faríamos? Bem, o Zé do Boné é o reflexo disso. Amigo e sem papas na língua. Criámos uma marca onde as pessoas se sentem em casa, como aquele amigo que te recebe e diz ‘entra, fica à vontade’. O Zé é mesmo isso: amizade e partilha. As redes sociais são a ferramenta que utilizamos para comunicar esta essência do Zé e para fortalecer a comunidade que temos vindo a criar (que tem sido muito bom).

A marca colabora com designers em crescimento e aposta na produção local. Qual é a importância dessas parcerias para a identidade da marca e para a valorização da criatividade portuguesa?

Seguimo-nos pelo lema ‘O que é nacional é bom’. Acreditamos em parcerias que nos acrescentem valor. Os portugueses têm um enorme potencial e ao trabalhar com quem está a crescer, estamos a apoiar a criatividade nacional e a dar visibilidade a novos talentos.

No que toca ao design das peças, acreditamos que é um processo único trabalhar as expressões portuguesas, e não poderíamos deixar de o fazer com talento português. Sentimos que estamos a dar voz a novos criadores e a crescer juntos, o que torna cada colaboração ainda mais especial. Nas sweats, contamos com o apoio da designer Nance Silva, cujo trabalho podem ver no nosso site (e as peças estão incríveis!). Estamos sempre à procura de novas parcerias nesse sentido, pois temos muitos projetos e ideias para o futuro. O mesmo se aplica à nossa aposta na produção local – faz todo o sentido para nós valorizar o que é português, apoiar a produção local e contribuir para o fortalecimento da qualidade nacional.

Em termos de design, como equilibra a tradição com a modernidade e o toque descontraído que a marca representa?

Tínhamos algumas ideias de como gostaríamos de ver as peças. No fundo, trata-se de encontrar o equilíbrio perfeito entre o tradicional das expressões portuguesas e o que o nosso público gosta. Confiamos totalmente nas mãos da designer com quem trabalhámos, Nance Silva, que soube misturar de forma única a ilustração personalizada, o design moderno e um toque de brutalismo e street style. Resultou numa coleção autêntica que se destaca pelo estilo e personalidade.

A Zé do Boné começou com um conceito simples e já teve destaque na imprensa. Como vê a evolução da marca e quais foram os maiores desafios neste percurso?

A evolução da marca é algo para que olhamos com muito carinho e o destaque que temos recebido é reflexo do impacto de algo simples, mas que envolve muito trabalho e dedicação. Deixa-nos imensamente felizes. É muito gratificante ver que as pessoas gostam dos produtos, do conforto e da forma como assentam.

Um dos maiores desafios tem sido garantir a entrega de produtos de qualidade em prazos curtos, que estimamos ser entre 3-5 dias úteis, visto que só bordamos após a encomenda. Felizmente, as pessoas têm sido muito compreensivas e ainda nos parabenizam pelo projeto, o que nos motiva muito. A maior motivação do Zé do Boné é inovar, mas manter a simplicidade que nos torna únicos e tipicamente tugas.

O Natal é uma época de grandes vendas para marcas como a vossa. A realidade está a superar as expectativas ou ficou à quem do que estavam à espera? O que teve mais saída, bonés ou Sweats?

As vendas superaram as nossas expectativas, tem sido uma verdadeira aventura. Ambos têm saído muito bem, mas os bonés têm tido especial destaque: são a prenda perfeita, original e mais acessível. Estamos ansiosos para saber as histórias e conhecer a reação dos familiares a uma prenda tão fora da caixa!

Como descreve a reação dos consumidores aos produtos Zé do Boné? Quais são os feedbacks mais comuns que recebe de quem compra os vossos bonés e sweats?

O feedback tem sido mesmo muito positivo, os clientes normalmente destacam a qualidade dos produtos, o fitting dos bonés e a qualidade das sweats. Também ressaltam a originalidade da marca e a forma criativa como traduzimos expressões portuguesas em peças para utilizar no dia a dia.

Quais são os próximos passos para a Zé do Boné? Há planos para expandir a coleção, colaborar com mais artistas ou até explorar novos mercados?

Ainda estamos no início e temos muitas ideias para pôr em prática, incluindo colaborações com diferentes profissionais da área do design! Estamos totalmente abertos a novas parcerias nesse sentido. O foco será sempre traduzir a cultura portuguesa de forma criativa, e acreditamos que há mil formas de o fazer. Estamos muito entusiasmados pelo que aí vem. Além disso, queremos aproximar-nos da nossa comunidade, explorar parcerias com lojas em todo o país, criar novas alianças com criadores de conteúdo e expandir a nossa presença no mercado.

No press release que enviaram às redações a dar conta do projeto, dizem ser “exemplo da criatividade nacional.” Como nasceu o nome da marca? Quem é o Zé?

O “Zé” é uma figura associada a alguém simples, descontraído, o típico português e ficou perfeito associá-lo ao “Boné”, o nosso primeiro produto de destaque. O Zé sente-se à vontade, não tem medo e vive tudo de forma leve. O nome ficou bem conseguido porque reflete o traço da cultura portuguesa que pretendemos passar.