Sony prepara-se para despedir 10 mil trabalhadores
A empresa tecnológica japonesa Sony vai eliminar cerca de 10 mil postos de trabalho em todo o mundo, o equivalente a 6% da sua força laboral, avança o jornal japonês Nikkei.
De acordo com a mesma fonte, que é citada pela agência Bloomberg, cerca de metade dos despedimentos prendem-se com a reestruturação de alguns negócios da Sony, nomeadamente a unidade química e a produção de pequenos e médios ecrãs de cristais líquidos (LCD, na sigla inglesa).
A Sony prevê que este ano seja o quarto ano consecutivo de prejuízos, estimando que as perdas rondem os 220 mil milhões de ienes (cerca de dois mil milhões de euros). A companhia atribui os maus resultados à valorização do iene, aos custos associados às cheias no ano passado na Tailândia e ao fim da joint venture com a Samsung para a produção de LCD, depois de a Sony ter vendido a sua quota na parceria à congénere sul-coreana. O negócio dos televisores, que deve entrar no oitavo ano consecutivo de perdas, tem sido um dos que tem pressionado de forma mais negativa as contas da empresa nipónica.
O presidente executivo, Kazuo Hirai, que substituiu este mês Howard Stringer no cargo, já tinha, segundo a Bloomberg, anunciado medidas “dolorosas” para fazer regressar a gigante tecnológica aos lucros.
De acordo com a Bloomberg, a Sony, o maior exportador de produtos electrónicos do Japão, tinha cerca de 168 mil trabalhadores no final de Março do ano passado. Segundo a mesma fonte, a empresa japonesa, que em Setembro de 2000 valia 200 mil milhões de dólares (aproximadamente 153 mil milhões de euros) em termos de capitalização bolsista, vale agora apenas 20 mil milhões de dólares, que compara com os 591 mil milhões de dólares e os 170 mil milhões em que estão avaliadas as suas rivais Apple e Samsung, respectivamente.