Soares da Costa acumula prejuízos de 16 milhões de euros até Setembro
A construtora Soares da Costa obteve um resultado líquido negativo de 16 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que compara com o lucro de 4,3 milhões de euros observado no período homólogo do ano passado.
Em comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo liderado por António Castro Henriques explica que o resultado consolidado foi “fortemente influenciado pelo agravamento dos resultados financeiros e por factores não recorrentes” (relativos à rescisão por mútuo acordo de contratos de trabalho).
Entre Janeiro e Setembro, o volume de negócios da Soares da Costa cifrou-se em 619,3 milhões de euros, o que representa uma quebra de 1,7% em relação aos 629,8 milhões de euros arrecadados em igual período do ano transacto.
Devido ao fraco desempenho no mercado português, a actividade externa ganhou maior relevância nos resultados do grupo, tendo contribuído para 68,4% do volume de negócios global. No período em análise, as receitas do mercado internacional (com destaque para Angola, Estados Unidos da América, Moçambique e Brasil) subiram 12,3% para 423,4 milhões de euros, enquanto as vendas no mercado doméstico contraíram 22,5% para 195,9 milhões de euros.
“No ano de 2012 Portugal deixou de assumir o papel de primeiro mercado em volume, sendo ultrapassado por Angola. Este decréscimo de actividade do grupo no mercado nacional, longe de constituir uma particularidade do comportamento da empresa, apresenta-se como uma consequência da evolução depressiva do mercado, não se perspetivando a inversão deste ciclo nos tempos mais próximos”, refere a Soares da Costa.
No período que terminou a 30 de Setembro, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do grupo declinou 7,1% para 65,4 milhões de euros, enquanto a margem EBITDA recuou 0,6 pontos percentuais para 10,6%.
A penalizar os resultados da construtora estiveram sobretudo os resultados financeiros negativos, que agravaram 35,3% para 51,4 milhões de euros.