Só 8% das PMEs portuguesas teme constrangimentos nas cadeias de abastecimento
Em Portugal, apenas 8% das Pequenas e Médias Empresas (PME) demonstram preocupação com as cadeias de abastecimento face aos constrangimentos que a pandemia levantou. As conclusões são do “Global State of Small Business”, elaborado pela Meta, que analisa o estado e a evolução das PME em todo o mundo.
Com base em inquéritos realizados a 24 mil empresários, em colaboração com o Banco Mundial e a OCDE, o relatório indica que Portugal enfrenta desafios semelhantes aos dos restantes países nos primeiros meses de 2022: recuperação económica após uma profunda recessão como consequência da pandemia, a escassez de mão-de-obra, energia e matéria-prima, assim como a disrupção nas cadeias de abastecimento. Tudo isto resultou numa maior pressão da inflação para as PME a nível global.
No Canadá, por exemplo, 32% dos empresários inquiridos apresenta-se apreensivo com as cadeias de abastecimento do seu país, enquanto em Portugal essa percentagem manteve-se nos 8%. Outra indicação positiva é a relação das PME nacionais com as regras de saúde e segurança impostas durante a pandemia pelos governos. Segundo o relatório, somente 8% dos empresários portugueses se revelou confuso com as indicações do Governo para os seus negócios, sendo novamente um dos países com melhor desempenho – na Austrália, metade das PME revelou sentir-se confusa com as indicações governamentais.
No que toca ao género dos empresários que lideram as Pequenas e Médias Empresas, o estudo avança que as PME lideradas por mulheres (25%) têm uma maior tendência para encerrar do que aquelas lideradas por homens (17%). Neste caso, Reino Unido, Portugal (aumento de 14%) e Irlanda são os países com maior registo de PME lideradas por mulheres que encerraram. Por outro lado, Portugal é uma das excepções à tendência mundial de PME lideradas por mulheres que registam uma diminuição em termos de empregabilidade nas suas empresas.
Segundo os dados globais, nas PME lideradas por mulheres é 2% menos provável que se contratem novos funcionários. Em Portugal, é o contrário: estas Pequenas e Médias Empresas têm 2% mais probabilidade de contratar novos funcionários em comparação com as PME lideradas por homens.
Apesar de 2022 marcar um regresso das empresas aos espaços físicos, o relatório demonstra ainda que, de forma geral, as PME vão continuar a usar as ferramentas digitais que adoptaram durante a pandemia. A maioria das empresas (80%) admitiu ter usado ferramentas digitais nos últimos 30 dias, sobretudo para comunicar com os clientes (50%) e para publicidade (45%). Simultaneamente, 35% das PME que fez metade das vendas no digital indicou uma melhor performance de vendas em 2022, em comparação com o ano anterior.