«Smartphones recondicionados poderão assumir-se como a primeira opção num futuro muito próximo»
Num dia marcado por mentiras e algumas partidas (1 de Abril), a Swappie propõe-se a desconstruir mitos associados aos smartphones recondicionados. De acordo com Luísa Vasconcelos e Sousa, country manager da empresa dedicada à venda deste tipo de equipamentos, ainda existem muitos receios junto dos portugueses que poderão penalizar o crescimento do mercado – que representa cerca de 10 milhões de euros a nível europeu.
Ainda assim, o percurso tem sido de crescimento e as tendências apontam também nesse sentido: «As gerações mais novas estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental que temos no planeta e preocupam-se com questões relacionadas com a sustentabilidade.»
E qual é a ideia mais difícil de erradicar? A confusão entre o que é segunda mão e o que é recondicionado, garante a country manager em entrevista à Marketeer. Luísa Vasconcelos e Sousa explica que a solução poderá passar por explicar que o processo de recondicionamento é exaustivo e que apenas são colocados à venda equipamentos que passaram em todos os testes de qualidade.
A Swappie está presente em Portugal há cerca de dois anos. Que diferenças notam no mercado dos smartphones recondicionados desde então?
A Swappie chegou a Portugal em Junho de 2020 e, desde então, temos sentido um aumento considerável na procura por smartphones recondicionados. Apesar de não existirem estudos sobre o mercado nacional, as estatísticas apontam para um crescimento acelerado da aquisição de produtos recondicionados em alternativa aos novos e acreditamos que, no futuro, esta será uma prática tão comum quanto comprar um carro em segunda mão, por exemplo.
Este crescimento deve-se não só ao facto de os consumidores estarem cada vez mais conscientes em relação à temática da sustentabilidade, mas também ao facto de este tipo de aparelhos se apresentar como alternativa que combina máxima qualidade e preços mais acessíveis.
Ainda há muita desconfiança por parte dos consumidores?
Apesar de ainda haver alguma desconfiança por parte dos consumidores associada, muitas vezes, a preconceitos que estes têm em relação aos aparelhos recondicionados, a verdade é que este negócio tem vindo a ganhar espaço no mercado.
Ainda que comparativamente ao mercado de smartphones seja um número pouco expressivo, os recondicionados representam cerca de 10 mil milhões de euros na Europa.
Acreditamos, contudo, que este número tenderá a crescer, uma vez que as gerações mais novas estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental que temos no planeta e preocupam-se com questões relacionadas com a sustentabilidade. Nesse sentido, o mercado dos smartphones recondicionados poderá vir mesmo a assumir-se como a primeira opção dos consumidores num futuro muito próximo.
Quais são os mitos mais difíceis de desconstruir?
Existem vários mitos associados aos smartphones recondicionados. No entanto, o mais difícil de desconstruir é exactamente a confusão que ainda existe entre os conceitos “segunda mão” e “recondicionado”.
Estes são conceitos bastante distintos, uma vez que o primeiro pressupõe que o dispositivo não é sujeito a qualquer tipo de alteração ou melhoria e o segundo já pressupõe todo um processo exaustivo e rigoroso, com recurso a alta tecnologia, para garantir que o consumidor o recebe no melhor estado possível, como se de um equipamento novo se tratasse.
A Swappie tem trabalhado exactamente nesse sentido, não só com a missão de contribuir para a adopção de hábitos de consumo cada vez mais sustentáveis e económicos, mas principalmente para ajudar a derrubar barreiras e mitos associados aos produtos recondicionados.
Como se pode apaziguar os receios dos utilizadores?
Acreditamos que a solução passa por educar e consciencializar para o impacto que o consumo humano pode ter no planeta. É importante demonstrar e reforçar que a compra de um aparelho recondicionado é uma opção de confiança, mais acessível e sustentável, pois antes de serem colocados à venda, estes são sujeitos a um processo de recondicionamento bastante exaustivo.
No caso da Swappie, o facto de determos o controlo de toda a cadeia de valor, com fábricas próprias, profissionais especializados e recurso a alta tecnologia, permite-nos garantir que todo este processo é feito da melhor maneira possível e acreditamos que isso é um factor que transmite também mais segurança e confiança aos consumidores.
Que peso tem a sustentabilidade neste processo de “convencer” os consumidores?
O critério que ainda pesa mais na decisão de comprar um aparelho recondicionado é a relação qualidade-preço. Pelo que o facto de haver opções de grande qualidade a preços mais reduzidos é um factor que atrai bastante os consumidores.
No entanto, é de ressalvar que há também cada vez mais preocupação em optar por produtos mais sustentáveis, que tenham menor impacto ambiental, especialmente por parte das gerações mais novas. A sustentabilidade do planeta é uma preocupação que está presente na sociedade e, cada vez mais, as pessoas procuram contribuir para uma economia circular e combater desperdícios e produção em massa de qualquer tipo.
Qual é o nível de queixas por quem efectivamente compra um telemóvel recondicionado? E de que tipo?
Apesar de a Swappie realizar um processo de recondicionamento exaustivo, de 52 passos, que diz respeito essencialmente às verificações e reparações de hardware e parte externa/exterior do iPhone, por norma, a maioria das queixas está relacionada com o estado dos smartphones (satisfatório, muito bom e excelente) e com a expectativa que os consumidores criam em relação a estes.
No site, embora coloquemos sempre uma descrição detalhada do estado de cada smartphone, por vezes existem situações em que as expectativas estão desajustadas da realidade e o consumidor não fica totalmente satisfeito com a compra. Por esse motivo, e para garantir a máxima segurança em todo o processo de compra, a Swappie dispõe de um período de 14 dias de devolução/reembolso.
Texto de Filipa Almeida