“Sim, mas”: Consumidores reconhecem risco financeiro, mas querem continuar a viajar

Apesar do contexto económico à escala global e da escalada de inflação, 71% dos consumidores planeiam manter ou mesmo aumentar os gastos em viagens nos próximos meses. A conclusão é de um estudo internacional da consultora Accenture.

No estudo “Consumer Pulse Survey 2023”, realizado em 16 mercados (nenhum deles o português), a consultora mostra as principais conclusões sobre aquilo que apelida de “consumidor resiliente”. “Yes, but” (“sim, mas”) é o mote do estudo que demonstra que, apesar das dificuldades financeiras, as marcas devem “abraçar a complexidade humana para desbloquear valor”.

No sector das viagens e turismo, esta resiliência é particularmente notória: apesar de 85% dos consumidores reconhecerem que vivemos actualmente uma situação de incerteza e de a maioria (52%) acreditar que esta se prolongará ainda por alguns anos, isso não parece demovê-los de continuarem a gastar dinheiro em viagens, “mesmo que para isso tenham de limitar outras despesas do seu quotidiano”, conclui a Accenture.

De resto, o estudo revela que oito em cada 10 (78%) consumidores pretendem viajar em lazer no próximo ano, sendo que metade (50%) está até a planear duas ou mais viagens. “Este facto indica que os consumidores continuam a considerar as viagens como uma parte essencial das suas vidas”, reforça a consultora. De acordo com a empresa, estes dados não são alheios ao facto de as viagens terem estado suspensas durante a pandemia de Covid-19, o que leva a que haja agora uma vontade maior por viajar.

Mesmo os inquiridos que assumem maiores dificuldades financeiras, planeiam viajar tanto quanto no ano passado. No entanto, estes consumidores esperam viajar de forma “inteligente”, mantendo os gastos sob controlo com opções de viagens domésticas menos caras e em destinos fora das cidades, como praia, campo ou montanha.

«As empresas que trabalham no sector do Turismo, e em particular as organizações que se dedicam à comercialização de viagens, devem adaptar as suas propostas de valor a diferentes tipos de consumidores. Para tal, é necessário que se utilize a tecnologia para personalizar e maximizar o valor de cada oferta, satisfazendo as necessidades dos clientes num tema tão apreciado e relevante como são as viagens», refere em comunicado Manuela Vaz, vice-presidente da Accenture Portugal.

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