Siemens Portugal: Tecnologia com propósito

Na Siemens, a missão é clara quando se fala de sustentabilidade em todas as suas vertentes: criar tecnologia com significado e propósito. «Foi precisamente neste enquadramento que surgiu o DEGREE, um programa-quadro que tem como objectivo tornar o ESG (ambiente, social e governance) mais tangível, mensurável e fácil de operacionalizar – interna e externamente –, assim como guiar a forma como a Siemens faz negócio onde quer que se encontre no mundo», contextualiza Hugo Modesto, director de Comunicação da Siemens Portugal.

Cada letra deste projecto representa uma dimensão na qual a empresa pretende melhorar e evoluir. Nesse sentido, o “D” representa a Descarbonização, porque estão comprometidos com a meta da neutralidade carbónica das suas operações até 2030, alargando o compromisso a todas as emissões ligadas à sua operação – da cadeia de abastecimento até à utilização dos equipamentos por parte dos clientes. Por sua vez, o “E” reflecte a Ética, promovendo uma cultura de confiança, extensível ao mundo digital, ao passo que o “G” é espelho de uma Governança empresarial forte, associada a negócios melhores e mais sustentáveis. O “R” apoia uma eficiente utilização de Recursos, impulsionando a reciclagem e a circularidade, e o primeiro “E” transmite Equidade, com tratamento equitativo e respeito na base do sistema de valores da marca, alcançados através da promoção da diversidade, inclusão e desenvolvimento comunitário. Por fim, e como adianta Hugo Modesto, o último “E” vem de Empregabilidade, porque num mundo em constante mudança é absolutamente crucial que todos, sem excepção, se mantenham resilientes e relevantes.

A Siemens Portugal ambiciona, assim, fazer da sustentabilidade o motor de crescimento das economias onde está presente, melhorando a qualidade de vida das pessoas, ao mesmo tempo que transforma as organizações, suas clientes e parceiras, e as cadeias de valor para concretizar a transição verde.

SUSTENTABILIDADE NO TERRENO

Para descrever o compromisso da Siemens Portugal com a sustentabilidade e os objectivos de descarbonização assumidos pela empresa a nível global, Hugo Modesto refere que existem já iniciativas a decorrer, contudo, o mesmo destaca o projecto Sustainable & Smart Campus, na sede da empresa em Alfragide. «Acreditamos que sem tecnologia não há sustentabilidade e, por essa razão, aplicamos as nossas soluções aos nossos espaços. Para além de ser uma montra tecnológica, um laboratório vivo que demonstra como a tecnologia pode transformar as infra-estruturas, tornando-as inteligentes, está a contribuir para que o ambiente de trabalho que proporcionamos a quem connosco trabalha e nos visita seja o mais saudável, seguro e confortável», sublinha o director de Comunicação da Siemens Portugal, acrescentando que esta acção poderá vir a ter um impacto positivo nas centenas de processos de recrutamento abertos, porque ter instalações verdes, com impacto reduzido no ambiente, torna a companhia um empregador ainda mais atractivo para quem procura desafios profissionais.

Deste projecto faz parte, igualmente, um sistema inteligente de controlo da micro-rede que integra e optimiza a produção de energia da central fotovoltaica instalada nos telhados de praticamente todos os edifícios, a ligação à rede, a gestão dos vários edifícios, o sistema de armazenamento de energia, o sistema de segurança integrado, bem como a infra-estrutura de carregamento de veículos eléctricos, que já conta com mais de 100 carregadores. Nos últimos anos (entre 2019 e 2022), a empresa reduziu as emissões de CO2 em 60% e os consumos energéticos do seu campus de Alfragide em 20%.

Segundo Hugo Modesto, importa também sublinhar que, actualmente, 100% da energia consumida em todas as instalações da Siemens Portugal tem origem em fontes renováveis, assim como o facto de já estar em curso a electrificação da frota automóvel da empresa. Nesse sentido, até ao final de 2023, 39% dos automóveis já serão eléctricos ou plug-in. Neste âmbito, a Siemens aderiu à iniciativa global EV100, do Climate Group, e estabeleceu como objectivo a transição da sua frota global para 100% eléctrica até 2030. Também a fábrica de carregadores para veículos eléctricos que a Siemens tem em Corroios conta com ambiciosas metas de descarbonização definidas até 2025, tendo sido já desenvolvidas várias iniciativas nesse sentido. «A nossa organização procura, ainda, fazer uma gestão eficiente dos recursos, fomentando a circularidade, através da gestão e do tratamento da água, de postos de reciclagem e compostagem. Tal é feito em harmonia com o ambiente, numa sede que é rodeada por diversos espaços verdes (são 10 mil m2 com 50 espécies diferentes de árvores e arbustos), que incluem, por exemplo, hortas biológicas onde os colaboradores, em regime de voluntariado, aprendem a produzir alimentos de forma sustentável e a melhor compreender a biodiversidade. Todas as frutas e legumes ali cultivados são doados a instituições de solidariedade social», adianta o director de Comunicação.

IMPACTO JUNTO DA COMUNIDADE

Servir a sociedade e gerar valor para todos os stakeholders são aspectos-chave do propósito da empresa e, por isso mesmo, a Siemens orgulha-se da sua longa tradição de trabalhar com a comunidade, em prol da inclusão social e da igualdade de oportunidades. Nesse contexto, a organização procura melhorar a qualidade de vida das pessoas, assim como criar valor duradouro para a sociedade, com base no seu portefólio, conhecimento e competências, e na criação continuada de emprego, mas também das iniciativas que desenvolve.

Tendo por base o negócio core da empresa – indústria, infra- estruturas, edifícios, mobilidade e saúde – e as suas competências, a Siemens definiu, a nível global, três áreas de foco estratégicas no âmbito das quais desenvolve as suas actividades de cidadania corporativa: acesso à tecnologia, acesso à educação e apoio à comunidade. No acesso à tecnologia, Hugo Modesto destaca os i-Experience Centers 4.0 de Alfragide e do Freixieiro, espaços tecnológicos criados para apoiar o desenvolvimento de projectos de digitalização e modernização da indústria nacional. Estes centros de experimentação visam a capacitação dos recursos humanos, bem como o desenvolvimento das suas competências digitais, e o apoio a diversas entidades, sejam elas universidades, startups ou clientes e parceiros, no desenvolvimento de novas soluções para a indústria.

Na área da educação, a empresa apoia o projecto de inovação social UBBU – Aprende a Programar, reforçando o ensino nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, assim como uma parceria com a EPIS, através da qual doam bolsas de estudo que promovem o conhecimento, a educação, a igualdade de oportunidades e a inclusão. Também em destaque está a relação com a Academia nacional, que inclui roadshows, embaixadores em universidades, participação em dias abertos e feiras de emprego, programas de estágios, competições universitárias, etc. Por fim, no apoio à comunidade, e como já referido, as hortas biológicas nas instalações da empresa já produziram mais de 470 quilos de legumes e frutas, que foram doados à Refood de Alfragide. Para além disso, no ano comercial passado, colaboradores da Siemens participaram nas acções da HELPO, de recolha de material escolar para crianças em Moçambique, e nos jantares comunitários da Serve The City em Lisboa e Porto, onde se serviram jantares a mais de 400 pessoas. «Além disso, lançámos um desafio aos nossos colaboradores para votarem e apoiarem o seu projecto de eleição, através da iniciativa interna Cidadania 2023. A adesão foi muito expressiva e o vencedor foi o projecto Nova Casa ACREDITAR, que consiste na construção de uma nova casa junto ao IPO de Lisboa para acolhimento de crianças com cancro», complementa o mesmo responsável.

Os colaboradores da empresa têm um papel activo nas iniciativas de sustentabilidade e de apoio à comunidade. De acordo com Hugo Modesto, os colaboradores da Siemens têm direito a 16 horas por ano para acções de voluntariado organizadas pela empresa ou por outras entidades. «No total, no ano fiscal transacto, 260 colaboradores dedicaram mais de 1000 horas a esta prática», recorda. Mas não é tudo. No Pinhal de Leiria, 80 colaboradores da Siemens participaram no projecto Renascer do Rei, através de acções de limpeza e reflorestação, tendo plantado 3120 árvores num dia. Durante os últimos cinco anos, a Siemens já contribuiu com a plantação de mais de 60 mil árvores em Leiria. Paralelamente, 253 colaboradores participaram nas duas acções de doação de sangue e medula óssea, numa parceria com o Instituto Português do Sangue e de Transplantes (IPST).

RUMO AO FUTURO

Para a Siemens, o futuro começa no presente e passa pelo forte apoio às jornadas de sustentabilidade e de digitalização. «Estamos a ajudar as indústrias nacionais a consumir menos recursos, as unidades de saúde a progredirem na prestação de cuidados, as cadeias logísticas a ficarem mais resilientes, os edifícios e as redes energéticas a tornarem-se mais inteligentes e eficientes, e os transportes a serem mais seguros e descarbonizados », recapitula Hugo Modesto. Na sua opinião, o foco está, actualmente, em projectos de digitalização e sustentabilidade, assentes em KPI relacionados com performance, menor consumo de recursos, ganhos de eficiência e diminuição da pegada ambiental, entre outros. São exemplo disso o projecto de gestão e armazenamento de energia que desenvolveram na ilha Terceira, para a Electricidade dos Açores, ou o centro de controlo de água, energia e emissões, que estão a implementar para a EPAL, contribuindo para a neutralidade carbónica.

E porque o futuro está também nas mãos dos estudantes, o responsável refere a competição universitária Accelerate Challenge 2024, um desafio que convida os estudantes «a reflectir sobre a transição energética digital em curso, dando-lhes a conhecer algumas das soluções tecnológicas da Siemens que apoiam este processo».

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 329) da Marketeer.

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