Sharma: nova marca de joalharia portuguesa brilha com Álvaro Siza Vieira que assina primeira coleção 

O setor português de ourivesaria e joalharia tem uma nova marca: a Sharma. Trata-se de um projecto que nasce fruto de duas histórias de empreendedorismo no feminino, que confluíram numa só. Brigitte Costa e Bruna Cabral são as caras que dão identidade à insígnia.

A Sharma pretende criar linhas de edição limitada e renová-las a cada dois meses. O objetivo é apostar periodicamente em coleções-cápsula, desenhadas em exclusivo por conhecidos arquitetos, designers e criadores de outras áreas artísticas.

A primeira colaboração é o arquiteto Álvaro Siza Vieira e será lançada no mercado até ao final do ano.

Para já, a marca arranca com a coleção-semente: a Pétala. Trata-se da primeira linha criada pela dupla de empresárias e que estará sempre disponível no site da marca.

A fase de implantação da insígnia no mercado far-se-á através de ecommerce e de parcerias estratégicas com complexos hoteleiros de cinco estrelas e de charme, bem como alguns museus, do norte ao sul do País.

A estratégia da Sharma vai ao encontro daquelas que são as principais grandes tendências no estado da arte da moda, ourivesaria e joalharia incluídas, como sejam o comércio online, que está a redefinir as expectativas dos potenciais clientes e empresas; a preferência dos consumidores por marcas próprias, com identidade vincada e fatores distintivos; e, também, a aposta na componente do storytelling e na capacidade de envolver os consumidores nas motivações e inspirações da marca.

“Queremos marcar pela diferença, pela originalidade e, particularmente, pela exclusividade e intemporalidade das nossas coleções. Sharma é sofisticação – ora exuberante, ora contida – confiança, conforto, alegria e empoderamento. Feminino e não só, visto que pretendemos lançar coleções para vários públicos, inclusive o masculino”, sublinha Brigitte Costa, a faceta mais criativa da dupla fundadora da Sharma.

Segundo a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal – a principal entidade corporativa do setor- a indústria de ourivesaria nacional registou em 2021 um volume de negócios de 1,2 mil milhões de euros, graças ao trabalho de 10 mil pessoas, aproximadamente. Empresas serão mais de quatro mil, a operar no país.

O volume das exportações terá chegado aos 313 milhões de euros em 2022 (o valor mais elevado desde 2017), num incremento superior a 20% face ao ano precedente. Itália, Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, EUA e Coreia do Sul são os principais mercados externos lusos, neste momento.

Com um lastro de centenas de anos a incorporar saber e saber-fazer, a ourivesaria lusitana está a conseguir reinventar-se pela criatividade dos novos designers – e marcas – e nas bancadas de trabalho dos ourives portugueses.

Gondomar, tida por capital da ourivesaria em Portugal, é onde se situam mais de 400 empresas do setor (70% delas detidas por empresários em nome individual), ou seja, cerca de 42% da produção anual do país.

A chegada da Sharma ao mercado é mais um exemplo de como a ourivesaria e a joalharia portuguesas têm demonstrado saber manter a autenticidade, alicerçada na história e tradição, enquanto vai agregando uma cultura de inovação e de disrupção, próprias de novas vagas de profissionais (designers, criadores, ourives, empresários) e de ideias.