Sentimento de culpa e compras online salvam vendas de brinquedos
Só nos Estados Unidos da América, o mercado de brinquedos cresceu 16% no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da NPD Group. E este crescimento deverá ser para manter, apesar da pandemia de COVID-19, considerando que alguns dos principais players, como Lego ou Barbie, registaram subidas nas vendas.
Segundo analistas e fabricantes ouvidos pela CNN, são várias as razões para se estar optimista relativamente aos próximos meses: não é expectável que faltem brinquedos junto às árvores de Natal.
Uma das razões apontadas prende-se com o sentimento de culpa dos pais. «No que concerne a quadra festiva, os pais vão cortar em si próprios mas não vão cortar nos filhos de forma a fazer com que as coisas sejam o mais normais possível», afirma Jim Silver, CEO da revista de brinquedos “Toys, Tots, Pets & More”.
Tendo em conta que as crianças têm passado grande parte do ano sem poderem brincar em parques, estar com os amigos ou organizar festas de aniversário, os pais sentirão a necessidade de oferecer presentes para, de alguma forma, compensar.
A segunda razão apresentada para justificar o cenário de optimismo está relacionada com o facto de haver bons negócios por toda a parte. Os retalhistas estão a estender os períodos promocionais, oferecendo aos pais (e não só) uma janela cada vez maior de oportunidades para comprar brinquedos.
Segundo James Zahn, senior editor da “The Toy Insider” e da “The Toy Book”, os retalhistas querem evitar as multidões associadas a dias especiais de descontos, como é o caso da Black Friday, prolongando os preços mais baixos.
Por fim, é mais fácil do que nunca comprar online. Esta é outra das razões pelas quais o mercado dos brinquedos deverá sobreviver à pandemia – e até ultrapassar os valores registados no último ano. Nos EUA, Jim Silver prevê que mais de metade das compras de brinquedos na quadra festiva aconteça online: «Vamos ver as vendas online atingir um nível nunca visto na indústria dos brinquedos.»