Sector agro-alimentar junta-se contra as fake news
“Por uma alimentação consciente em Portugal” é o mote da iniciativa que junta várias organizações ligadas à alimentação e ao mundo rural. Querem lutar contra as notícias falsas (ou fake news) que afirmam estar a gerar indignação no sector agro-alimentar: dizem tratar-se de uma campanha de rumores sobre uma área de actividade que é indispensável no País, que “suporta a sustentabilidade ambiental” e que “alimenta os portugueses”, além de ser “um dos maiores contribuintes para o equilíbrio da balança comercial”.
ANEB, ANIL, ANIPLA, ANSEME, APED, APEZ, APIC, APIFVET, CAP, CIP/FIPA, CONFAFRI/FENAPECUARIA, FILPORC, FPAS, IACA, OMV e Plataforma Sociedade Animais são as organizações signatárias da iniciativa. Em comunicado, indicam que os sectores agrícola, pecuário e agro-alimentar têm sido alvo de difamação e de informações contraditórias relativamente à acção das entidades fiscalizadoras a nível nacional.
“As organizações signatárias consideram que não existem sectores sustentáveis e sectores insustentáveis, mas sim práticas comerciais sustentáveis e outras não sustentáveis”, lê-se na nota enviada às redacções. Sublinham que querem dar mais informação aos consumidores para que possam fazer escolhas livres, conscientes e esclarecidas quanto decidem o que vão comer.
Como resposta, foi desenvolvido um manifesto onde são apontadas as responsabilidades e contributos dos sectores em causa para o aquecimento global, a emissão de gases de efeitos de estufa (GEE), a contaminação ambiental, a saúde e bem-estar animal, o impacto na floresta e o bem-estar social.
As organizações signatárias referem, por exemplo, que segundo o Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC 2030), documento do Ministério do Ambiente, a agricultura é responsável por 10% das emissões nacionais de GEE. Por isso mesmo, atribui-lhe uma redução de apenas 11% até 2030 face a 2005. Ainda nesta área, numa década, o País reduziu o uso de fitofármacos em 43%, sendo o Estado-Membro da UE que apresenta uma maior redução da utilização destes produtos, de acordo com o manifesto.
Entre outros dados mencionados, destaque ainda para a referência à origem da carne nacional, com base em “animais que não utilizam promotores de crescimento, situação que seria ilegal”.