Second Home: Já abriu a estufa criativa de Lisboa
Abriu portas na passada segunda-feira no primeiro piso do Mercado da Ribeira e os primeiros 200 “inquilinos” já estão em mudanças. O Second Home Lisboa promete ser muito mais do que um espaço de coworking, ou não incluísse também um programa aberto ao público de animação cultural e palestras de negócios. «Os espaços de coworking são, por norma, centrados numa comunidade, geralmente as startups tecnológicas. Nós, por outro lado, queremos ter uma grande diversidade de indústrias. Somos um espaço de trabalho criativo, um acelerador criativo e um espaço cultural», descreveu hoje Rohan Silva, CEO da Second Home.
Uma breve visita ao espaço permite perceber que o Second Home está, de facto, longe de ser um espaço tradicional de coworking. Os 1200 metros quadrados do espaço dividem-se entre uma biblioteca (com mais de 2000 livros), um café e zona de refeições, quatro salas de reuniões privadas, um espaço cultural para a realizações de sessões de cinema, música ao vivo e palestras, e até uma zona de bem-estar para sessões de meditação, ioga e pilates.
Contudo, o destaque vai para a zona central de trabalho, cuja estrutura, desde o telhado às janelas envidraçadas, se assemelha a uma estufa – e, a propósito, é onde se pretende que a criatividade floresça. Este tem capacidade para acolher cerca de 250 membros, estando já confirmadas cerca de 200 pessoas de um total de 30 empresas, das mais variadas áreas. Entre elas, contam-se nomes como a marca de acessórios de moda Parfois, a venture capital Faber Ventures, a imobiliária digital Home Lovers ou a agência de marketing digital Monday. Todos elas irão conviver com as mais de 1000 plantas e árvores que dão vida ao espaço!
Este é apenas o segundo espaço Second Home, seguindo-se ao de Londres, que tem cerca de 800 membros. De acordo com Rohan Silva, a escolha da capital portuguesa prende-se com a diversidade de indústrias que a cidade alberga, e que o espaço procura replicar. «Escolhemos Lisboa porque adoramos este País. Há muitas cidades, como São Francisco (EUA), que apenas têm uma indústria; e depois há cidades mais dinâmicas, que juntam diferentes indústrias, como é o caso de Lisboa e Londres. Queremos apoiar o crescimento, ser um micro-cosmos da economia da cidade», referiu o CEO. «Sabemos que quando diferentes indústrias se encontram, coisas maravilhosas acontecem», acrescentou.
Ainda segundo o responsável, todos os detalhes de construção e design do Second Home Lisboa – espaço que foi desenhado pelo arquitecto espanhol Selgas Cano – têm como finalidade última promover a colaboração entre os diferentes membros (mesmo que sejam de diferentes áreas e empresas) e inspirar a criatividade. Daí a inclusão das plantas e até a escolha de cores “dinâmicas” como o amarelo ou o laranja, que predominam no espaço. «Acreditamos que hoje o emprego também se confunde com lazer, e que isso traz ganhos de produtividade e eficiência. Empresas como a Google, Facebook, Pixar ou Apple dão este tipo de condições aos seus colaboradores. O que nós queremos é democratizar esta filosofia», sublinhou, revelando que o objectivo passa por abrir novos espaços em Portugal, porventura fora de Lisboa.
Texto de Daniel Almeida