Sabe qual é a nova tendência que está a revolucionar o mercado das grandes marcas?
Há cada vez mais produtos usados a serem novamente comercializados. O verbo reutilizar entrou, em definitivo, na cabeça dos consumidores e as grandes marcas perceberam que este é um nicho de mercado que poderá vir a dar muito lucro. A Zara e a IKEA, por exemplo, criaram plataformas específicas de produtos em segunda mão, num mercado paralelo ao catálogo de artigos novos.
Nos últimos anos, o mercado de móveis em segunda mão tem vindo a ganhar popularidade em Portugal, impulsionado por diversas tendências globais e locais. O crescente interesse pela sustentabilidade e consumo responsável tem levado muitos consumidores a considerar opções mais ecológicas e económicas, optando por móveis que já tiveram um doador anterior.
Empresas como IKEA e Zara têm reconhecido este aumento de interesse e, em resposta, obtiveram a exploração do mercado em segunda mão.
Até agora, a IKEA tinha uma pequena oferta em que comprava móveis usados aos clientes, revendendo-os depois na sua loja. Contudo, o objectivo do grupo sueco é ter uma plataforma mais ambiciosa, com a qual pretende entrar plenamente no negócio das transacções entre particulares.
Nesse sentido, o cliente pode listar o seu produto com fotografias próprias e um preço de venda, enquanto a base de dados da IKEA, baseada na inteligência artificial, fornece imagens próprias promocionais.
O comprador recolhe os móveis directamente junto do vendedor, que tem a opção de receber dinheiro ou um vale IKEA com um bónus de 15%.
As primeiras ofertas da IKEA Preowned incluem artigos de grandes dimensões, como sofás até 600 euros e roupeiros até 450, bem como artigos mais pequenos, como um suporte para rolos de papel higiénico, por 4 euros.
Por outro lado, a Inditex, empresa-mãe da Zara, planeia lançar o Pre-Owned – plataforma de artigos em segunda mão- em todos os principais mercados até 2025. O serviço estará disponível nas lojas, no sítio Web e na aplicação da marca, facilitando aos clientes a tarefa de ajudar a prolongar a vida útil dos artigos de moda rápida.
Esta iniciativa não só responde à crescente procura dos consumidores por opções sustentáveis, como reduz a necessidade de matérias-primas, ajudando a minimizar o impacto ambiental da indústria da moda.
Através da plataforma Pre-Owned da Zara, os clientes podem aceder a serviços de reparação, vender as suas roupas usadas directamente a terceiros ou doar artigos, tudo com o objectivo de reduzir os resíduos têxteis.
Actualmente, o serviço está disponível na Áustria, Bélgica, Croácia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Eslováquia, Eslovénia, Espanha e Reino Unido e, em breve, estará acessível em mercados como os EUA e outros, como parte de um impulso para a sustentabilidade.
Além das grandes marcas, plataformas online como OLX, CustoJusto e Vinted (que inicialmente se focava em roupa usada e agora também inclui móveis) tornaram-se populares entre os consumidores portugueses.
Essas plataformas oferecem uma vasta gama de opções, desde artigos vintage até peças mais contemporâneas, a preços competitivos. Esta acessibilidade e variedade têm contribuído para a popularidade crescente do mercado de segunda mão
O impacto ambiental é uma das principais motivações para os consumidores que optam por produtos em segunda mão. A produção de peças novas implica a utilização de recursos naturais e a emissão de gases com efeito de estufa.
Por fim, o mercado em segunda mão representa uma mudança positiva nos padrões de consumo. Ao optar por reutilizar e reciclar, os consumidores estão a contribuir para uma economia mais sustentável e a fomentar uma cultura de consumo mais consciente, reduzindo a pegada ecológica.
Este movimento não beneficia apenas o meio ambiente, mas também promove uma economia circular, onde os recursos são utilizados de forma mais eficiente e os resíduos são minimizados, resultando em benefícios tanto ecológicos como económicos para a sociedade.