Ryanair prevê primeira quebra dos lucros em cinco anos

pic2013_2A Ryanair, maior companhia aérea da Europa em número de passageiros, anunciou que prevê uma quebra dos lucros no final do ano fiscal, algo que não acontece há cinco exercícios consecutivos. De acordo com a companhia, a maior concorrência no sector da aviação está a provocar uma diminuição das tarifas.

A companhia irlandesa low-cost reviu em baixa a sua previsão de lucros para este ano fiscal, que termina a 31 de Março de 2014. Segundo a Ryanair, os lucros (depois de impostos) devem situar-se entre 500 e 520 milhões de euros, o que compara com a anterior previsão de 570 milhões de euros. No final do ano passado, os lucros (depois de impostos) totalizaram 569 milhões de euros.

Em comunicado, Michael O’Leary, CEO da Ryanair, explica que as tarifas têm sido penalizadas pelo «aumento da concorrência nos preços, pela débil situação económica na Europa e pela menor taxa de câmbio euro-libra». «A contínua deterioração das tarifas significa que os lucros serão menores do que prevíamos», acrescenta. Segundo a Ryanair, as suas tarifas deverão cair cerca de 9% no terceiro trimestre fiscal e 10% no último trimestre.

Este foi o segundo “profit warning” (aviso sobre os lucros) dado pela Ryanair no espaço de apenas dois meses, o que surpreendeu os mercados. A companhia low-cost explica que o número de passageiros está estável e que o consumo a bordo até está a aumentar, mas que as pessoas estão cada vez mais a reservar tarifas com desconto, um sinal de que o mercado europeu não está a recuperar tão rapidamente como se esperava. Desde Setembro, a empresa já teve de reduzir tarifas e voos.

A companhia anunciou ainda os resultados do primeiro semestre fiscal. Entre Abril e Setembro, o resultado líquido da Ryanair atingiu 602 milhões de euros, o que representa uma subida de apenas 1% em relação ao período homólogo do ano passado. Jás receitas subiram 5%, para 3,25 mil milhões de euros, enquanto as tarifas recuaram 2%. Na primeira metade do ano, a companhia transportou mais de 49 milhões de passageiros.

 

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