Rui Unas é o novo Lord of the Ice

Em Portugal, Rui Unas é um dos grandes impulsionadores da prática de mergulhos de imersão no gelo. Contudo, apercebeu-se cedo que para o fazer com a frequência desejada a logística e os custos que os mergulhos envolviam eram incomportáveis. Como em tudo o que faz, o apresentador – que nos últimos anos nos habituou a vê-lo como ator – não baixou os braços e decidiu procurar uma solução que “limasse” todos os “se nãos” da prática. Pesquisou e chegou à Tensai, um fabricante de equipamentos de frio para utilização doméstica e comercial. Apresentou-lhes a ideia que tinha e a obra aconteceu.
Assume que tecnicamente nada tem a ver com a banheira de imersão de gelo, mas foi, sem dúvida, o ponto de partida de todo o processo.

Do pequeno ecrã para dentro de uma banheira…” podia começar assim a estória da nova fase da carreira do Rui Unas?
Na realidade, eu estou dentro das coisas que me interessam. Felizmente, não perdi a curiosidade e a coragem de experimentar práticas que me acrescentem algo.

Primeiro que tudo, quando e como foi o primeiro contacto do Rui com um banho de imersão em gelo?
O primeiro contacto “não oficial” foi num poço de água fria na serra da estrela nos primeiros dias de 2022. Oficialmente, foi na casa do Mário Caetano. Foi quem me introduziu às técnicas de imersão, na sua arca. A experiência foi extraordinária e após a imersão tive uma descarga de dopamina indescritível .

Foi uma experiência à “Maluco Beleza” ou o Rui quis mesmo experimentar os benefícios que esse mergulho traria para a sua saúde?
É uma experiência “maluco beleza” no sentido que temos de ter a “loucura” de contrariar todos os nossos instintos de sobrevivência. Antes, e durante os primeiros minutos de imersão, temos de ser persistentes e confiar nos benefícios imediatos e a médio prazo, e no conforto, no meio do “stress”, que provocamos voluntariamente no corpo.

Como correu?
Inicialmente, estava muito receoso. É muito importante ter alguém que nos transmita confiança e nos guie. Para além do Mário, o Ricardo Pinhão, instrutor credenciado do método “wim hof”, foi a minha casa e fiz o meu segundo banho. Foi muito mais tranquilo porque sabia o que iria sentir e já estive mais do que os dois minutos da primeira imersão.

A segunda experiência foi pouco tempo depois ou esperou algum tempo até se “refazer” da primeira?
Foi passado uns meses. Entretanto, continuei a fazer duches gelados e nos meses de Fevereiro e Março imergia na piscina, pois nessa altura a água está muito fria.

O mergulho de imersão no gelo é aquilo a que comummente se diz “primeiro estranha-se depois entranha-se”?
Sim. Com a prática regular sabemos o que nos espera. Ganhamos uma maior confiança e controlo respiratório.

Já há quem diga que estes mergulham conservam a beleza e rejuvenescem. Quando é que os mergulhos no gelo se tornaram, para si, mais sérios ao ponto de impulsionar os outros a seguirem-lhe os passos?
Não sei se conservo beleza ou rejuvenesço mas sei o que sinto após cada banho no imediato. Uma sensação de bem estar, assim como de confiança porque ultrapassei um desafio. Apesar da experiência que tenho, custa-me sempre e tenho de vencer uma resistência psicológica a cada imersão. Gostaria que outros experimentassem essa sensação.

Que mudanças físicas sente desde que é adepto desta prática?
Não tenho forma de aquilatar isso. Para além da questão emocional e psicológica noto que não padeço de dores musculares inflamatórias decorrentes do meu treino de ginásio. No que diz respeito aos sistema circulatório ou imunitário, e apesar das evidências científicas, que afirmam que há um impacto positivo com a prática dos banhos gelados, eu não tenho forma de comparar.

Entretanto, surge a TENSAI. Quem é que se lembrou de quem? Foi o Rui que os contactou para pôr em prática uma ideia sua ou foram eles que pensaram no Rui como a pessoa perfeita para pôr em prática a ideia deles?
Para já, decorreu de uma necessidade. Eu queria fazer banhos com regularidade e não queria estar a gastar dinheiro e tempo em água e gelo. Para além, da logística. Fiz uma pesquisa e vi que os equipamentos que existiam eram demasiado caros e descobri a Tensai. É uma marca portuguesa com uma extensa experiência em equipamentos de frio. Fiz-lhes um “pitch” e eles aceitaram o desafio.

Em que medida é que participou na “criação” deste protótipo?
Tecnicamente não colaborei em nada, uma vez que é uma área que não domino, mas apresentei-lhes aquelas que seriam as condições que eu desejaria ter num equipamento deste género. Mostrei-lhes as opções que existiam no mercado para compararem e fazerem a melhor. E conseguiram.

O que é que esta banheira tem de diferente que uma banheira normal não tem?
Um sistema integrado que permite ter a água numa temperatura constante desejada. A água circula num sistema que a mantém fria e limpa através de filtros. Tudo numa peça única.

Para os “habitués” nesta prática, com o que é que se pode contar com este protótipo?
A possibilidade de ter um banho gelado a qualquer momento, com uma poupança de água considerável e muito mais “em conta”. Para uma utilização de três banhos gelados por semana, num ano o equipamento está pago. Além de ser mais “amigo” do ambiente, é muito mais económico.

Para quem nunca mergulhou em gelo o que é que esta banheira tem que convida ao mergulho?
É uma peça esteticamente agradável e personalizável que pode ser colocada no exterior, com manutenção mínima e 100% portuguesa.

O Rui foi a primeira pessoa a experimentar a banheira da Tensai?
Fui. Na fábrica ninguém experimentou .

Mesmo sendo suspeito, porque tem a sua assinatura, o que diz desta banheira?
Há três meses que a tenho em casa e sou um utilizador regular. Já sugeri algumas melhorias nomeadamente a tampa. Terem uma opção mais leve, porque a tampa de madeira apesar de ser linda, é um pouco pesada para quem, como eu, usa regularmente.

No que diz respeito ao custo, são valores acessíveis à maioria das carteiras?
3900 euros. Não é um equipamento barato porque há muita tecnologia incorporada, os materiais são de topo, no entanto, é mais de metade do valor das banheiras que são produzidas no estrangeiro.

Com que periodicidade mergulha no gelo?
Três vezes por semana. No mínimo. Normalmente, a meio da manhã.