Rock in Rio: O que faz uma casa no meio do recinto do Parque Tejo?

Uma casa ecológica na Cidade do Rock, erguida no Parque Tejo, em Lisboa. É este o centro da parceria da rede imobiliária Century 21 em associação com a SIC e que celebra o 20.º aniversário do Rock in Rio e cuja construção ficou a cargo da Blocosystems.

O foco passa por promover a literacia das famílias sobre a industrialização da construção, eficiência energética e sustentabilidade. Um compromisso por um futuro mais sustentável que a Century 21 está a demonstrar através da instalação de uma casa preparada off-site, amiga do ambiente e totalmente sustentável. Com o bónus de toda a montagem e desmontagem ser feita sem danificar o solo e sem deixar rasto ambiental.

Fabricado nos estaleiros da Ailema, em Setúbal, o edifício foi transportado para o Parque Tejo em módulos pré-fabricados, reduzindo as deslocações de pessoal e equipamentos, bem como desperdícios e poluição. Segundo a Century 21, toda a iluminação desta casa é suportada por um sistema auto-suficiente, composto por painéis fotovoltaicos e baterias, reduzindo a zero o consumo de electricidade para iluminação do espaço durante todo o evento. Já a sua execução é em LED, resultando num baixo consumo, tendo uma potência total instalada estimada em menos de 1500W. Foram ainda integradas duas ‘zonas verdes’ no edifício, no sentido de contribuir para a absorção de CO2, criando simultaneamente sombra e espaços mais frescos para os festivaleiros.

«Um dos desafios deste projecto foi o facto de não podermos movimentar, de todo, nem um grão de areia. Foi cumprido à risca. Normalmente fazemos fundações mínimas de 50 centímetros. Aqui não houve possibilidade de fazer nivelamento. Por isso tivemos de criar umas sapatas diferentes para o edifício em causa. Esse foi o maior desafio», comenta Mónica Valentoque, directora comercial da Blocosystems. Esta necessidade de não fazer movimentações foi uma imposição da Câmara Municipal e da organização do Rock in Rio porque todo o conceito de Rock in Rio é um conceito de sustentabilidade e inclusão, explica Ricardo Sousa, CEO da Century 21, numa conversa durante o primeiro fim-de-semana do evento. «Era um ponto crítico e um desafio que colocaram às marcas presentes no evento.»

Qual é a mensagem que a Century 21 quer passar neste evento?

Ricardo Sousa (RS): Nós, como agentes imobiliários, somos cada vez mais conscientes da responsabilidade que temos para promover um debate mais aberto sobre as novas tecnologias para construirmos as casas, para vivermos as casas. Esta é uma plataforma fantástica para isso. Aassociamos Rock in Rio, SIC e Century 21 para ampliar esta mensagem, para se falar mais sobre este tema.

As casas em que vivemos e a construção das casas têm um impacto enorme no meio ambiente, apesar de não se falar muito nessa problemática. Se queremos construir cidades do futuro diferentes tem de começar por haver um maior incentivo à investigação, ao desenvolvimento de novas tecnologias. Este é o exemplo perfeito para sensibilizar não só as pessoas, mas também as autoridades para o facto de haver soluções hoje, sem perder qualidade acústica e térmica, por exemplo.

Como é que estão a passar a mensagem aqui, estando integrados na casa da SIC?
Como marca estamos de uma forma independente no Rock in Rio. O que quisemos foi, para além do que é o patrocínio ao festival, unir três plataformas: o festival, a SIC como meio de comunicação e a marca Century 21que representa o imobiliário. Em vez de termos uma presença apenas de notoriedade de marca, quisemos ir mais longe conseguindo contruir uma solução com um alcance muito superior para passar esta mensagem e para termos uma voz mais forte de sensibilização. Porque o que está aqui seria impossível fazermos sozinhos, tem de ser com a Blocosystems, com a Century 21 e com a SIC. Contrariamente aos outros stands, o que nós construímos aqui é uma casa de verdade. Houve um investimento diferente não só pela sua montagem, mas nos cuidados que temos de ter e na preocupação na reutilização. Esta casa vai ser desmontada e voltada a montar.

Já há um destino para a casa?

Com a Blocosystems promovemos esta solução de construção para os clientes e temos um pipeline de clientes para este tipo de casa. Estamos a avaliar com a Blocosystems e com a SIC a possibilidade de manter a casa e reutilizá-la ainda este Verão em outros momentos para dar continuidade a esta mensagem.

A Century 21 vai estar em outros eventos este Verão?

Estamos sempre. Faz parte da nossa estratégia de comunicação e posicionamento. Temos tido a preocupação, desde que chegámos a Portugal, em mais do que ser a marca mais conhecida, ter sempre uma mensagem por detrás. Investimos bastante em investigação e em estudos para o acesso à habitação, bem como do perfil dos clientes portugueses e das suas preferências e necessidades. Os eventos permitem-nos aproximar das pessoas porque é um momento de interacção, de partilha e de podermos trazer para debate temas que muitas vezes não são tratados. Fala-se muito de habitação, mas numa perspectiva de investimento e do custo das casas. Nós queremos falar da construção sustentável das casas e da mobilidade urbana. Este tipo de eventos deve servir esse propósito.

São temas para os quais as pessoas ainda não despertaram?

Sim, porque são temas considerados aborrecidos. Ninguém quer falar deles porque acham que ainda estão “lá longe”.

Em que outros eventos vão estar este ano?

Somos uma marca de muita proximidade. O Rock in Rio é um evento nacional, de grande alcance, mas temos muito mais presenças em festas e em eventos das cidades. O imobiliário residencial é hiperlocal. A realidade de Lisboa é muito diferente da de Leiria ou do Algarve. Há acções em cada localidade. E na altura do Verão há todas as festas. Para nós é importante que as equipas locais tenham essa proximidade.

Estamos a avaliar com a SIC outras participações, mas aquilo que já está dentro do nosso cronograma são essas festas mais locais para permitir que os nossos agentes estejam mais em contacto. Mas quem sabe se esta casa não vai fazer uma digressão?

Quando é que esta presença no RiR pesa no orçamento total de marketing?

Diria que toda a iniciativa – incluindo media, construção da casa, patrocínio, activações – terá um peso superior a 20% do nosso orçamento.

Fizeram alguma mecânica com os vossos mediadores para os trazer ao RiR?

No evento de teste [quinta-feira, antes do arranque do festival] trouxemos cá 300 pessoas. Ao longo dos 4 dias de evento são mais de 400 que vão passar pela casa.

Nos dois meses anteriores ao evento fizemos campanhas de sensibilização local tendo sido criados sorteios com os nossos clientes para se habilitarem a bilhetes e, desta forma, iniciar o diálogo sobre aquilo que seria aqui apresentado.

Texto de Maria João Lima

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