Revolucionar a Cultura Empresarial

Por Susana Coerver, fundadora da Kindology

Como o conceito filipino ‘Kapwa Tao’ pode simbolizar e transformar a empresa num centro de felicidade e produtividade.

Mas o que isso realmente significa?

Significa que os colaboradores sentem que não precisam de criar personas quando atravessam as portas do escritório. Significa que não há necessidade de deixar parte de si em casa. Que podem ser quem são, exactamente como são, em toda a sua essência. Mães solteiras, DJs, pais, tímidos, católicos, transgéneros e mais. Nesta cultura, ao não dividir o eu, a totalidade, tornam-se seres mais felizes que contribuem de forma mais impactante para a empresa, com maior compromisso e entrega. E com o compromisso também assistimos a maior responsabilidade e com isso vem mais liberdade.

O compromisso e a produtividade aumentam – algo validado por teorias e estudos que mostram que pessoas felizes são três vezes mais produtivas.

E é aqui que entra o “Kapwa Tao”, um conceito cultural das Filipinas que encapsula a essência desta revolução.

Significa “Eu vejo-te, eu ouço-te, eu respeito-te na tua individualidade e diferença, porque há algo muito maior que nos une, uma humanidade partilhada, mesmo em meio às nossas particularidades. Somos um só. Somos unos”.

Um traço cultural que funciona para dentro, mas também para fora com os clientes, traduzindo também maior ética nas relações, capitalismo sustentável.

Eu chamo a isto Humanidade e ‘kindness’ e acredito que esta cultura empresarial é intrinsecamente compatível. Com essa compreensão, valorizo cada indivíduo como um igual, respeitando a sua singularidade enquanto fortalecemos os laços que nos conectam como uma comunidade unida. A verdadeira inclusão e diversidade.

Através desta lente, percebo que empresas que adoptarem essa cultura não apenas aproveitarão melhor os seus colaboradores, mas também criarão um ambiente onde cada indivíduo se sente parte de algo maior. Em contraste, já testemunhei colaboradores que alternam entre personalidades dentro e fora do trabalho, como se fossem duas entidades distintas, sem que as chefias entendam por que não podem ter acesso dentro da empresa ao colaborador que vêem fora. Não se trata de sessões de mindfulness e palestraa, trata-se de verdadeira e efectiva cultura empresarial.

Num mundo em constante evolução, a velocidade exige agilidade, liberdade de acção das equipas e criatividade. E é a cultura que abraça o “Kapwa Tao” que permite a esta sinergia florescer. Em tempos de incerteza, é essa colectividade que guiará as empresas rumo ao sucesso sustentável. “Culture eats Strategy for Breakfast” nunca foi tão verdadeiro – agora, adicione “Kapwa Tao” à receita e assista à transformação acontecer.

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