O segredo das crianças felizes

Não há famílias perfeitas, não há mães, pais perfeitos, não há pessoas perfeitas. Diria que é na imperfeição que reside a beleza da espécie humana.

Não existe uma fórmula mágica para se ser um bom pai, ou uma boa mãe, cada criança, cada família, é singular e única.

No entanto, nunca pais quiseram ser tão perfeitos e nunca foi tão difícil ser pai como hoje.

Temos excesso de informação, de teorias, de “palpiteiros”, a dar o seu palpite sobre o que é melhor para cada criança. Vivemos obcecados por informação, dicas e métodos para “produzir” filhos perfeitos.

Sentimos culpa, “dedos apontados”, sensação de constantemente estar a fazer tudo errado.

Esqueça todas as dicas, que já leu ou ouviu. Elas adiantarão muito pouco, ou quase nada, se não se dedicar a algo que considero fundamental.

Calma, vou contar-lhe…

O segredo das crianças felizes é apenas amar.

Simplesmente amor

Quando ama evita a comparação entre as crianças, aceita-as tal como são. Percebe que cada criança tem o seu ritmo de desenvolvimento, o seu tempo e as suas capacidades.

Amar pressupõe valorizar aquilo que a criança é, tem e sabe. Não reiterar o que não sabe ou de como não faz conforme imaginou.

Amar implica conversar, e conversar é prevenir. A conversar, a criança desenvolve o sentido crítico, o raciocínio lógico, a empatia, a capacidade de tolerância à frustração. Conversar implica falar com a criança, mas sobretudo escutá-la.

Amar pressupõe dizer não, pressupõe regras e limites claros. Implica ser realista e com paciência e tranquilidade explicar as consequências dos seus actos. Ser firme e consistente.

Estar atento ao outro, às suas necessidades e comportamentos é também uma forma de expressar que ama.

Amar implica respeitar o outro, praticar a empatia, reconhecer que a violência nunca é solução para resolver qualquer conflito.

Procurar o bem-estar do outro, independentemente do que tal significa para mim, da ansiedade que causa, é também sem dúvida uma forma de amar.

Por fim, amar pressupõe reconhecer que o outro é diferente de si próprio. A sua dor é uma e a da criança é outra. A sua vida é sua, a da criança é a dela. Não queira que ela repita a sua história, nem queira poupá-la das dores que viveu. Viva a sua vida e potencie e estimule a vida da criança.

Em mente tenha sempre que as crianças, em muitos momentos, vão ficar tristes, inseguras, angustiadas, com raiva, confusas, com medo…

Vão cometer erros, fracassar, ter momentos muito difíceis. Mas, nada disso, ocorre por culpa dos pais, acontece porque são seres humanos, e o sofrimento está-lhes inerente.

Lembre-se que a felicidade é um estado, o que significa que não temos de estar sempre felizes e, o mais importante, não é um direito, mas sim um dever.

Tão simples, o segredo das crianças felizes é simplesmente saberem que são amadas. Ame!

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