Como iniciar a diversificação alimentar
A alimentação do bebé vai mudar radicalmente e é crucial que esta mudança seja tranquila e flexível. A Sociedade Europeia de Gastroenterologia e Nutrição Pediátrica e a Organização Mundial de Saúde emitiram recomendações para esta transição acontecer, de acordo com as capacidades motoras da criança e as suas necessidades nutricionais. Assim, é recomendada a amamentação exclusiva até, pelo menos, aos 4 meses, podendo ir até aos seis. A partir desta altura, deve iniciar-se a diversificação alimentar, que consiste na introdução de outros alimentos, de forma gradual, até à inserção na alimentação da família, que deverá ocorrer a partir dos 12 meses.
Este processo é fundamental para o desenvolvimento da criança, além de que vai alterar por completo a sua rotina; tem novos horários para as refeições, passa a mastigar e começa a utilizar uma colher. Esta nova rotina vai preparar a criança para novos comportamentos, mais próximos e integrados na dinâmica familiar. Os novos alimentos, por sua vez, devem ser apresentados de forma gradual, para o bebé se adaptar aos novos sabores e texturas e para que se possa identificar eventuais intolerâncias ou alergias.
Primeiros alimentos
As refeições devem ser o mais simples e naturais possível. Deve optar-se pelos legumes e fruta da época, que são apanhados maduros e não foram sujeitos a um processo de refrigeração intenso para conservação. Os alimentos devem ser cozinhados, preferencialmente a vapor, e não se deve adicionar sal. Confeccionar os alimentos em pouca água não só facilita a digestão, como mantém os nutrientes. A primeira papa deve ser simples e conter apenas um legume – cenoura, batata, abóbora, batata-doce. Já os primeiros purés de fruta devem ser feitos com fruta repleta de vitamina, cálcio, ferro e minerais para facilitar a digestão dos sólidos. Pode introduzir a maçã, pêra, banana, papaia, manga ou abacate.
Higiene e congelação dos alimentos
Na confecção dos alimentos deve evitar usar os mesmos utensílios da família, para reduzir o risco de intoxicações alimentares. Se sobrar comida, deve deixar arrefecer e conservar no frigorífico, no máximo, dois a três dias. O puré de legumes pode ser congelado, em recipientes próprios e em doses individuais; coloque uma etiqueta com a data de confecção e os alimentos que integra. Descongele estas refeições no frigorífico e, quando as aquecer, deve deixar quase ferver.
Esterilização e boiões de refeição
Todos os recipientes utilizados para as refeições da criança devem ser lavados com água bastante quente ou na máquina de lavar louça, para eliminar os germes. Continue também com a esterilização dos biberões e tetinas. Relativamente à comida de boião (puré de legumes ou fruta), esta pode ser facultada ao bebé, mas preferencialmente em ocasiões em que não é possível cozinhar.
Por vezes, a criança pode não querer comer, mas tal não deve ser motivo de preocupação. Mas é crucial que a criança coma sempre com acompanhamento de um adulto, nem que seja um pedaço de pão, devido ao perigo de engasgamento. Recorde-se que o processo deve ser gradual e tranquilo, até porque uma alimentação correcta pode prevenir doenças na idade adulta.