Responsabilidade criativa para anos de história: um balanço entre a tradição e a inovação
Por Leo Gomez, director criativo da agência Akt
Num mundo onde a comunicação das marcas se tornou fundamental para o seu sucesso, a capacidade de contar histórias revela-se mais importante que nunca. Por esse motivo, conseguir criar uma narrativa para uma marca que reflicta os seus valores e mensagens é, sem dúvida, uma enorme responsabilidade para as agências criativas. Mas mais do que a responsabilidade de criar campanhas que contem histórias, é fazê-lo ao reflectir os anos de história da marca.
Ao trabalhar com marcas com muita história em Portugal, apercebo-me, cada vez mais, da enorme responsabilidade que é necessária para encarar cada campanha que criamos. De facto, desenhar um projecto criativo para marcas com um grande legado implica, por um lado, conseguir preservar a sua história e reputação, mas, por outro, ter a capacidade de inovar.
Recentemente tivemos o privilégio de lançar a primeira colecção de óculos NFT do mundo. Esta é uma colecção totalmente digital, que recorre a tecnologias de modelação e animação 3D para combinar moda e tecnologia, preservando sempre a identidade da marca que foi nossa parceira neste processo. Reflectindo sobre este projecto, é certo que esta não foi apenas uma oportunidade de destacar a qualidade da marca no sector óptico: foi também um momento em que nos desafiámos a combinar os seus 40 anos de história com a inovação tecnológica, ao criar 80 NFTs. É com uma abordagem semelhante que temos vindo também a posicionar outras marcas de renome em Portugal, que têm uma forte história, mas que acompanham as novas tendências digitais. Um dos principais destaque é uma marca que embora criada há 150 anos, está hoje presente de forma muito distinta no digital, com uma conta de TikTok com vídeos com milhões de visualizações.
Trabalhar marcas como estas exige uma atenção especial para garantir que a “herança” e reputação faz sempre parte da sua comunicação. Mas respeitar a tradição não significa rejeitar abordagens inovadoras. É importante garantir um equilíbrio entre estes dois polos, para que a marca se destaque e assinale a sua história, mas com conceitos diferentes, que estejam constantemente em cima das inovações que surgem. Talvez esta seja uma das maiores responsabilidade do nosso trabalho, mas é também um dos maiores catalisadores da nossa criatividade. À medida que a necessidade de comunicação das marcas evolui, enquanto profissionais do sector criativo é essencial que tenhamos a capacidade de criar campanhas verdadeiramente diferenciadoras, que aliem anos de história à inovação necessária para o seu sucesso no presente o no futuro.